

O Ibovespa hoje abriu em alta de 0,12%, aos 126.504,23 pontos, nesta sexta-feira (11). Investidores digerem dados da economia brasileira e a nova retaliação do governo chinês às tarifas impostas por Donald Trump.
Após a decisão do governo americano de impor uma tarifa mínima de 145% sobre todas as exportações da China, o gigante asiático respondeu elevando para 125% a tarifa sobre as importações dos Estados Unidos — saiba tudo nesta matéria.
Os ânimos nas Bolsas de Valores internacionais estão limitados. As ações europeias enfrentam perdas nesta manhã, enquanto os índices futuros das Bolsas de Nova York lutam para se manter no azul após resultados dos grandes bancos, como o balanço do JPMorgan e os números da BlackRock.
Por aqui, o principal índice da B3 hoje pode manter alta, diante da tentativa de recuperação dos índices futuros de ações em Nova York e da elevação de 0,71% do minério de ferro, na China. Mas a fraqueza do petróleo tende a ser contraponto.
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Para o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, a briga comercial entre Pequim e os EUA pode ter um desfecho. “Agora o Trump ou negocia ou briga sozinho. Foi ótima a sinalização da China”, avalia.
Apesar da cautela com os tributos americanos, os sinais sugerem espaço para avanços dos ativos locais, ainda que sujeitos a muita oscilação durante a sessão, cita em nota Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.
O real pode manter alta diante da queda do dólar ante divisas de países desenvolvidos, com o índice de referência DXY do dólar caindo abaixo de 100 pontos, e emergentes no exterior. Às 10h03 (de Brasília), o dólar operava em queda de 0,27%, negociado a R$ 5,8590 na venda — veja aqui os detalhes da operação.
- Confira aqui a agenda econômica das empresas nesta sexta-feira
Mercado financeiro hoje: os destaques desta sexta-feira
China contra-ataca os EUA com tarifas de 125%
A China anunciou nesta sexta-feira (11) que vai elevar sua tarifa retaliatória sobre as importações dos Estados Unidos, de 84% para 125%. Os novos valores entrarão em vigor no sábado (12).
A decisão do Conselho de Estado da China ocorreu depois que autoridades do governo Donald Trump informaram na quinta-feira (10) que aplicarão uma tarifa mínima de 145% sobre todas as exportações. Entenda mais sobre o caso nesta matéria.
Como Bolsas internacionais reagem à guerra comercial?
A ofensiva da China esfriou o apetite por risco nesta manhã. Após reação negativa inicial, os futuros de Nova York e a Bolsa de Londres ensaiam recuperação, em meio a uma agenda carregada com o PPI nos EUA, falas de dirigentes do Fed e balanços, como o da BlackRock — veja aqui.
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Nesta semana, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) americano mostrou deflação de 0,1% em março, mas a preocupação é de que a inflação nos EUA fique mais pressionada daqui para frente. A presidente do Fed de Boston, Susan Collins, alertou que as tarifas devem pressionar a inflação e desacelerar o crescimento.
Pequim declarou, porém, que novas medidas dos EUA seriam “uma piada na história da economia mundial”. O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que não busca confronto com a China, mas advertiu que os EUA “vão conter sua influência no Canal do Panamá”.
O dólar hoje opera em baixa ante outras moedas de economias desenvolvidas, ampliando perdas robustas de quinta-feira (10). Juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) recuam.
Inflação e prévia do PIB crescem no Brasil
A inflação brasileira medida pelo IPCA fechou março com alta de 0,56%, ante uma elevação de 1,31% em fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou acima da mediana das previsões de analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que apontava alta de 0,54%. O intervalo das estimativas ia de 0,46% a 0,59%.
A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 2,04%. O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 5,48%, também levemente acima da mediana das projeções do mercado (5,46%), que iam de 4,83% a 5,52%.
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Já o IBC-BR, conhecido como a prévia do PIB, cresceu 0,4% em fevereiro, na comparação com janeiro e na série com ajuste sazonal. O resultado ficou acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 0,30%. As estimativas do mercado iam de queda de 0,60% a alta de 0,90%.
Commodities: minério sobe e petróleo mostra estabilidade
O petróleo mostra estabilidade depois de tombar mais de 3% na véspera, em semana marcada por forte volatilidade em meio às incertezas da política tarifária do governo Trump. Entre as commodities hoje, o minério de ferro fechou em alta de 0,71%, cotado a 708 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 96,79 nos mercados de Dalian, na China.
Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) avançavam 1,00% no pré-mercado de Nova York, por volta das 10h07 (de Brasília). Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) subiam 1,41% no mesmo horário.
O que esperar do Ibovespa hoje diante do caos global?
O avanço dos futuros de NY, do petróleo e do minério de ferro tendem a favorecer o índice da Bolsa hoje, que acumula queda de 3% em abril. Já o dólar em baixa ante a maioria das moedas emergentes e ligadas a commodities é um bom sinal para o real.
No radar, segue a operação de compra de 58% do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). O Banco Master tem pelo menos R$ 16 bilhões em precatórios e pré-precatórios, de acordo com fontes — quase o dobro da cifra desses ativos que consta em seu balanço. O Sindicato dos Bancários de Brasília pede que o Banco Central (BC) rejeite a compra.
O presidente do BC, Gabriel Galípolo, reúne-se nesta sexta-feira com o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, e com o CEO da instituição, Augusto Ferreira Lima, na sede do BC, em Brasília, encontro que fica no radar do Ibovespa hoje.
*Com informações de Cícero Cotrim, Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast
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