Mercados globais acompanham encontro entre Trump e Putin (Foto: Adobe Stock)
OIbovespa hoje abriu esta sexta-feira (15) em queda de 0,28%, aos 135.971 pontos. O mercado acompanha o encontro entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, no Alasca, para discutir a guerra na Ucrânia. No Brasil, saem dados de emprego.
Em dia de agenda escassa no Brasil, o mercado acionário aponta para um pregão fraco no principal índice da B3 hoje, possivelmente em queda, por influência negativa das commodities – minério de ferro recuou 1,08%, na China, enquanto petróleocai cerca de 0,40% nesta manhã.
A manhã de sexta-feira é de oscilações moderadas no exterior, em boa medida gerada pelo compasso de espera pela reunião entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, para negociar o fim da guerra na Ucrânia. Enquanto isso, os investidores repercutem indicadores econômicos internacionais.
O Departamento do Comércio dos EUA divulgou que as vendas no varejo subiram 0,5% em julho ante junho, para US$ 726,3 bilhões. O resultado superou a expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam alta de 0,1% das vendas no mês passado.
Diante do dado forte, os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) avançaram ainda mais e o dólar hoje ganhou fôlego, mas os futuros da bolsa de Nova York não esboçaram reação.
No cenário corporativo, o destaque fica por conta da repercussão do resultado trimestral do Banco do Brasil, que acendeu alguns alertas para o mercado (leia mais abaixo).
Ibovespa hoje: tudo o que você deve acompanhar nesta sexta-feira (15)
Agenda econômica do dia
O Ibovespa hoje tem como destaque o encontro entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, no Alasca, para discutir a guerra na Ucrânia. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traz a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do 2º trimestre, enquanto investidores digerem o balanço do Banco do Brasil (BBAS3), divulgado na noite de quinta-feira (14).
Na agenda econômica desta sexta-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa da inauguração da montadora chinesa Great Wall Motors (GWM) em Iracemápolis (SP), a primeira a produzir carros híbridos plug-in, que funcionam com combustível e eletricidade e podem ser carregados na tomada.
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Destaque também para a reunião trimestral do Banco Central (BC) com economistas, que ocorre no Rio, com dois grupos. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, tem encontros fechados com o chairman do BTG Pactual, André Esteves, e com o acionista da J&F Investimento, Joesley Batista.
Nos EUA, serão divulgados vários indicadores, entre eles, vendas no varejo e produção industrial. A Universidade de Michigan divulga o índice de sentimento do consumidor.
Trump e Putin negociam petróleo e cessar-fogo na Ucrânia
Os olhares do mundo estão hoje no encontro entre Trump e Putin, na esperança de um cessar-fogo na Ucrânia e com potencial de redefinir os fluxos do petróleo russo. A reunião ocorre após Trump ameaçar impor sanções secundárias.
Analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast dizem que um acordo de paz é altamente improvável, mas um compromisso russo com um cessar-fogo temporário é uma possibilidade real.
Os índices futuros de NY e as bolsas europeias operam sem direção única. As ações da UnitedHealth dispararam mais de 13% no pré-mercado após a Berkshire Hathaway e a Appaloosa revelarem compras de fatias na maior seguradora de saúde dos EUA.
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O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Japão acima do esperado no trimestre de abril a junho ajudou a impulsionar as bolsas asiáticas, e o índice Nikkei fechou em patamar recorde em Tóquio. O movimento positivo na Ásia ocorreu apesar de a produção industrial e as vendas no varejo da China terem ficado abaixo do esperado.
Balanço do BB (BBAS3) frustra expectativas do mercado
Sede do Banco do Brasil, em Brasília: estatal concentra 32% do crédito rural e sente mais o impacto da crise no agronegócio. (Foto: Adobe Stock)
O balanço financeiro do segundo trimestre deste ano (2T25) do Banco do Brasil divulgado no início da noite desta quinta-feira (14) trouxe resultados que desagradaram analistas de mercado consultados pelo E-Investidor e reacenderam preocupações sobre a saúde da instituição.
O banco registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,784 bilhões no período, queda de 60% na comparação anual. Projeções compiladas pela LSEG, empresa de análise de dados financeiros, apontavam lucro de R$ 5 bilhões, o que mostra que o resultado do 2T25 do Banco do Brasil ficou bem abaixo das expectativas.
Estrategistas e investidores já estavam céticos em relação ao lucro líquido, à rentabilidade e à inadimplência, especialmente nas carteiras de crédito ao agronegócio e corporativa voltada para micro, pequenas e médias empresas (PMEs) – veja as análises completas nesta reportagem.
A taxa de desemprego caiu em todas as Unidades da Federação na passagem do primeiro trimestre para o segundo trimestre, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O instituto pondera que algumas dessas variações ficaram dentro da margem de erro da pesquisa, por isso não são consideradas estatisticamente significativas. Houve quedas de forma estatisticamente significativa em 18 das 27 Unidades da Federação no período.
Na média nacional, a taxa de desemprego caiu de 7,0% no primeiro trimestre de 2025 para 5,8% no segundo trimestre. Em São Paulo, a taxa de desemprego passou de 6,3% para 5,1% no período. No segundo trimestre de 2025, as maiores taxas de desocupação foram as de Pernambuco (10,4%), Bahia (9,1%) e Distrito Federal (8,7%), enquanto as menores ocorreram em Santa Catarina (2,2%), Rondônia (2,3%) e Mato Grosso (2,8%).
O que mais esperar do Ibovespa hoje?
Exportação de carne para as Filipinas é um bom prenúncio ao Ibovespa hoje. (Foto: Adobe Stock)
A falta de direção nos mercados internacionais pode afetar os ativos locais, num dia fraco de indicadores. Os dados dos EUA poderão guiar os negócios e as atenções também estarão na reunião trimestral do BC e no presidente Lula, que inaugura a fábrica da GWM.
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Lula rebateu ontem as declarações de Trump, que classificou o Brasil como um dos “piores parceiros comerciais”. “É mentira que o Brasil seja mau parceiro. O Brasil é bom, só não vai andar de joelhos para o governo americano”, disse.
Nesse ambiente de incertezas, é positiva a notícia de que o Brasil poderá exportar carne bovina com osso e miúdos bovinos para as Filipinas. O Brasil exportou mais de US$ 1,5 bilhão em produtos agropecuários para as Filipinas em 2024. A negociação compõe a estratégia do Ministério da Agricultura de diversificar mercados para a carne bovina nacional, em meio à escalada tarifária dos EUA.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast