O Ibovespa tenta subir para apagar parte das recentes perdas. Ontem, caiu ao menor nível em oito meses, para os 97.926,34 pontos (-2,29%), mas no noticiário há poucos vetores – ou quase nenhum – que respaldem a alta. Mesmo que suba ao longo do pregão, será difícil o indicador apagar a desvalorização na semana, que se aproxima de 4%, indo para a quinta retração semanal seguida.
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“É uma semana bastante conturbada no exterior e aqui com um ponto de inflexão na quarta, que foi o comunicado do Copom sugerindo alta da Selic à frente. Daqui para frente, podemos ter ainda mais ruídos, com o BC indicando que não cortará os juros por enquanto e o governo pedindo queda”, avalia Jansen Costa, sócio fundador da Fatorial Investimentos.
No exterior, renovadores temores com o setor financeiro e com recessão provocam aversão a risco nos mercados, após dados fracos de atividade europeia. Já nos EUA, o PMI Composto subiu a 53,3 em março, maior nível em 10 meses, o que atenua um pouco a queda das bolsas americanas. Ao mesmo tempo, o petróleo, que chegou a cair perto de 4%, cedia pouco mais de 1,50% às 11h15. Já o minério de ferro subiu 0,29% em Dalian, na China.
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As ações da Petrobras miravam alta de 0,22% (PN) e de 0,82% (ON) e Vale ON cedia 1,136%. Entre os grandes bancos, os sinais também eram dúbios e moderados em sua maioria.
Na Europa, há bolsas que caem perto de 2%, na esteira dos bancos, que despencam. “O Deutsche Bank assistiu sua precificação de risco subir o que acabou gerando contagio nos pares do setor no velho continente”, cita em nota a Ativa Investimentos.
Além de a alta ser atribuída a uma recomposição de parte das recentes perdas, a desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) em março, que teve a menor taxa para o mês desde 2020 (0,02%), é boa notícia. “Veio em linha e é positivo”, diz Costa, da Fatorial Investimentos.
O indicador vem após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve na noite de quarta-feira a Selic em 13,75% ao ano como o esperado pelo mercado, mas indicou alta caso seja necessária para conter as expectativas inflacionárias.
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“O comunicado foi um choque de realidade. Encerrou a ilusão de que uma promessa de arcabouço fiscal seria suficiente para afastar o risco de desequilíbrio das contas públicas, principal causa da inflação. E chamou a atenção para a velha lição que o Brasil insiste em não aprender: se a política fiscal é frouxa, a política monetária tem de ser rígida, para impedir o descontrole inflacionário”, avalia a Levante Investimentos em nota.
O IPCA-15 (0,69%) desacelerou ante fevereiro (0,76%), ainda que pouco acima da mediana das estimativas (0,67%), Em 12 meses, o IPCA-15 atingiu 5,36%, após 5,63%. Com os juros futuros em queda, algumas ações ligadas ao ciclo econômico sobem, após caíram ontem, caso de Magazine Luiza, que subia quase 2%.
Por aqui, o mercado monitora o cancelamento da reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com líderes do governo no Congresso e ministros, que estava marcada para 10h30, foi postergada para as 15 horas, e depois desmarcada. Ainda houve mudança na data de ida de Lula à China, de amanhã para domingo por causa de uma pneumonia leve.
Segundo o sócio fundador da Fatorial Investimentos, enquanto não saírem notícias positivas, o Ibovespa terá pouco fôlego. “Pode ser que um corte de juros venha no último trimestre, mas não deverá ser significativo. O Brasil não está crescendo. Tudo o que o governo tem feito é contra a queda dos juros, não faz ajuste fiscal”, avalia Costa.
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Às 11h30, o Ibovespa subia 0,24%, aos 98.163,56 pontos, após valorização de 0,50%, na máxima aos 98.411,39 pontos, e mínima a 97.733,46 pontos (-0,20%). Abriu aos 97.926,14 pontos.