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Qual é o impacto das possíveis mudanças na regulamentação da Sabesp (SBSP3)?

O JPMorgan diz que o novo marco regulatório deve ser a próxima etapa antes de prosseguir com a privatização

Qual é o impacto das possíveis mudanças na regulamentação da Sabesp (SBSP3)?
Sabesp (Foto: Estadão)

O JPMorgan avalia que as possíveis mudanças na regulamentação que estão sob estudo pela Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) são em sua maior parte positivas para Sabesp (SBSP3), tendo o potencial de impulsionar o múltiplo valor da empresa por base de ativos regulatória (EV/RAB) de 1,1 vez para 1,3 vez.

Segundo o banco, as principais mudanças regulatórias em estudo são: mudar contabilidade prospectiva da base de ativos para retrospectiva; fixar níveis regulatórios de despesas operacionais (opex) para alguns ciclos tarifários, permitindo com que a Sabesp retenha parte dos ganhos de eficiência; e uma possível resolução sobre o repasse integral dos royalties dos fundos municipais.

“Essas três mudanças combinadas com o crescimento material do RAB contratado para os próximos anos pode resultar em um múltiplo EV/RAB de 1,3 vezes para 2024, versus cenário base para uma Sabesp privatizada de 1,1 vez”, afirmam os analistas Henrique Peretti, e Victor Burke, em relatório enviado a clientes.

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O banco diz que o anúncio de um novo marco regulatório para a companhia deve ser a próxima etapa antes de dar prosseguimento à privatização da companhia em si e que este deve servir como uma referência para o preço da oferta de ações da companhia (follow-on).

“Se assumirmos que o preço de oferta é resultado de um desconto ao valor justo que os investidores estão dispostos a aceitar, o aumento do valor justo deve, portanto, aumentar o preço aceitável para o mesmo desconto. Por exemplo, se o valor da empresa privatizada fosse de R$ 100,00 por ação e investidores quiserem um desconto de 30%, o preço da oferta seria, portanto, de R$ 70,00 por ação, uma queda de 6% em relação aos preços atuais, tornando-a muito mais interessante para comprar as ações na oferta. Porém, se o valor justo for para R$ 125,00 por ação, então o preço da oferta poderia ser de R$ 88 por ação, um aumento de 17% em relação aos preços atuais”, escrevem Peretti e Burke.

O JPMorgan tem recomendação overweight (equivalente a compra) para Sabesp, com preço-alvo de R$ 83,00 por ação, o que corresponde um potencial de valorização de 11% sobre o fechamento de quarta-feira, 10.

“Nossa avaliação justa (ex-privatização) é de R$ 66,00 por ação, e incluímos R$ 17,00 por ação que representa 50% das vantagens da privatização. Num cenário privatizado, valorizaríamos Sabesp a R$ 100,00 por ação (meta de 1,1 vez o EV/RAB esperado para 2024). Modelamos os fluxos de caixa da Sabesp até 2036 e aplicamos perpetuidade a partir de então. Ressaltamos, entretanto, que a maior concessão da Sabesp são os contratos da cidade de São Paulo, que representam cerca de 45% da receita total e devem expirar em 2040”, dizem os analistas.

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