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Produção industrial paulista amarga meses ruins e preocupa setor; veja

Resultado da indústria deu a principal contribuição negativa para a queda de 0,3% na produção industrial nacional em janeiro

Produção industrial paulista amarga meses ruins e preocupa setor; veja
Foto: Envato Elements

A produção industrial de São Paulo acumulou uma perda de 3,9% em dois meses seguidos de retração. Na passagem de dezembro de 2022 para janeiro de 2023, o parque fabril de São Paulo encolheu 3,1%, após já ter recuado 0,8% no mês anterior. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Maior parque industrial do País, o resultado da indústria deu a principal contribuição negativa para a queda de 0,3% na produção industrial nacional em janeiro ante dezembro.

A perda na indústria paulista em janeiro foi puxada pelos setores de derivados de petróleo e de veículos. A indústria automobilística costuma dar férias coletivas em janeiro, acarretando uma queda de produção, mas também há uma certa cautela no setor, ainda prejudicado pelo desabastecimento de insumos e pelo encarecimento de matérias-primas, justificou Bernardo Almeida, analista da pesquisa do IBGE.

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A indústria paulista operava em janeiro em patamar 23,7% abaixo do pico, alcançado em março de 2011.

Com a reformulação da amostra da pesquisa industrial, o peso de São Paulo na produção nacional recuou de 34% (na amostra antiga) para 33% (na amostra atual). A divulgação dos dados regionais desta quinta-feira foi a primeira após as atualizações na seleção de amostra de empresas e unidades locais e na lista de produtos investigados pelo IBGE.

A pesquisa também trouxe a inclusão de três novos locais entre os pesquisados: Rio Grande do Norte, Maranhão e Mato Grosso do Sul – por atingirem 0,5% do valor de transformação industrial (VTI), de acordo com a Pesquisa Industrial Anual (PIA) Empresa. No entanto, esses três locais, por ora, só terão dados divulgados para a comparação em relação ao mesmo mês do ano anterior. O IBGE explicou que a divulgação de informações ajustadas sazonalmente demanda uma série histórica maior, com dados mais precisos e robustos.

“Não temos prazo (para a divulgação nas demais comparações). Vamos observar o comportamento da série”, afirmou Almeida.

Em janeiro de 2023, 8 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE apresentaram taxas negativas em relação a dezembro. Na comparação com janeiro de 2022, a indústria nacional avançou 0,3% em janeiro de 2023, com avanços em sete dos 18 locais pesquisados.

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Em São Paulo, houve uma queda de 2,1%, decorrente de perdas em 11 das 19 atividades pesquisadas. Com a reformulação da pesquisa, o número de atividades industriais investigadas em São Paulo aumentou de 18 para 19, com a inclusão das extrativas.

A produção industrial paulista operava em janeiro em nível 1,6% abaixo do registrado em fevereiro de 2020, no pré-pandemia de covid-19. Apenas quatro dos 15 locais pesquisados sustentavam um nível de produção superior ao pré-covid: Mato Grosso (9,3% acima do pré-pandemia), Minas Gerais (4,8%), Goiás (3,5%) e Rio de Janeiro (2,6%). Na média nacional, a indústria brasileira operava em patamar 2,3% abaixo do pré-crise sanitária.

A indústria do Amazonas funcionava no mesmo nível (0,0%) de fevereiro de 2020. Os dez locais com nível de produção aquém do pré-covid foram Paraná (-0,5%), Rio Grande do Sul (-1,0%), São Paulo (-1,6%), Santa Catarina (-1,7%), Espírito Santo (-11,3%), Ceará (-15,0%), Pernambuco (-15,0%), Nordeste (-21,2%), Pará (-22,5%) e Bahia (-28,4%).

Bernardo Almeida lembra que há especificidades locais, mas, no geral, problemas de oferta e de demanda explicam a disseminação de locais industriais operando aquém do pré-pandemia.

Por um lado, a indústria enfrenta ainda um desabastecimento de insumos e encarecimento de matérias-primas. Pela ótica da demanda, a inflação resiliente e o crédito mais caro e restrito restringem o consumo das famílias. Ao mesmo tempo, o cenário de incertezas também leva a cautela ao ritmo de produção, enumerou Almeida.

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“Tudo isso são fatores que atingem a cadeia de produção. Esses fatores podem interferir nessa queda do ritmo de produção”, afirmou o analista do IBGE.

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