A inflação em níveis vistos pela última vez nos anos 1970 e início dos anos 1980 coloca em risco a credibilidade do banco central dos Estados Unidos, disse o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, nesta quarta-feira, reiterando seu apelo para que o Fed cumpra os aumentos de juros que prometeu para reduzir o avanço dos preços e as expectativas de inflação.
“A atual situação macroeconômica dos EUA está prejudicando a credibilidade do Fed em relação à sua meta de inflação”, afirmou Bullard em uma apresentação ao Clube Econômico de Memphis.
A inflação está em mais de três vezes a meta de 2% do Fed, pressionada pela colisão entre demanda mais forte do consumidor e oferta restrita de mão de obra e peças.
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Em resposta, o Fed elevou a taxa de juros em 0,75 ponto percentual este ano, ritmo que segundo críticos é fraco demais para controlar a inflação rapidamente.
Mas, nesta quarta-feira, Bullard argumentou –como fez muitas vezes anteriormente– que o Fed, de fato, apertou a política monetária muito mais do que seus ajustes reais de juros sugerem.
“O Fed ainda precisa ratificar a orientação futura dada anteriormente, mas os efeitos sobre a economia e a inflação já estão ocorrendo”, disse Bullard.
Embora o mercado de trabalho dos EUA permaneça robusto e a economia norte-americana esteja a caminho de crescer nos próximos trimestres, afirmou Bullard, a invasão russa da Ucrânia e a possibilidade de uma desaceleração acentuada na China após os bloqueios relacionados à Covid-19 significam que os riscos permanecem substanciais.
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Bullard disse querer que os juros cheguem a 3,5% até o final do ano.