O apetite por investimentos em renda variável saiu de 58% em dezembro para 65% em janeiro, uma alta de 7 pontos porcentuais na comparação mensal. Essa porcentagem não era vista desde julho de 2023. O dado consta de pesquisa mensal feita com assessores da XP e assessores independentes filiados à empresa, realizada de 4 a 10 de janeiro, com 147 respostas, e divulgada nesta sexta-feira (19).
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“Depois de um mês marcado pela adoção de um tom mais brando pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) levando à uma redução da taxa das Treasuries (títulos do Tesouro americano) de 10 anos, e um aumento por apetite por risco global, o sentimento mais otimista com ativos de risco se intensificou entre os investidores. Isso é indicado pelo aumento em 7 pontos porcentuais no mês (para 65%) dos assessores que dizem que seus clientes querem aumentar sua exposição a ações”, descreve o relatório da XP.
A pesquisa também mostra que houve uma queda de 7 pontos porcentuais nos clientes que não pretendem alterar seus investimentos em Bolsa, para 33%, e um leve aumento de 1 ponto porcentual, para 3%, dos que querem reduzir sua exposição à classe de ativos.
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Já a alocação dos clientes em ações aumentou. Em janeiro, a faixa dos que investem entre 0% e 25% da carteira em renda variável caiu 2 pontos porcentuais, para 76%, seguindo a tendência de queda dos últimos três meses, desde que atingiu 81%, em novembro do ano passado. Já a proporção de clientes que investem mais de 25% do portfólio em ações aumentou de 22% para 24%, segundo a pesquisa.
Os clientes continuam preferindo os setores mais defensivos, como Elétricas & Saneamento (65%) e Financeiro (61%). Mas, neste mês, ganhou destaque o setor de Petróleo & Gás, cujo interesse saltou de 47% para 66%, em meio à maior volatilidade nos preços de petróleo recentemente, descreve a XP.
Ainda, o sentimento dos assessores da XP em relação à Bolsa brasileira se tornou mais positivo em dezembro, com 81% dando nota 7 ou maior (numa escala de 0 a 10), ante 70% no mês anterior. Além disso, boa parte (42%) dos assessores acredita que o Ibovespa encerrará o ano entre 140 mil e 150 mil pontos.
Preocupação com política fiscal diminui, mas segue principal
Sobre os principais riscos para a Bolsa brasileira, a pesquisa da XP mostra que a política fiscal foi apontada como a principal preocupação pelos assessores, apesar da queda de 50% para 44% desde a pesquisa de dezembro. Uma possível recessão nos Estados Unidos ficou em segundo lugar (15%), seguido por uma instabilidade política (12%). A preocupação com a política monetária mais dura nos mercados desenvolvidos e com os riscos geopolíticos subiu para 9%, nos dois casos.
Em relação aos fatores que aumentariam o apetite de risco por ações brasileiras, o maior fator foi cortes de juros mais agressivos no Brasil (14%), seguido por redução em riscos de política fiscal no Brasil (11%) e corte de juros nos Estados Unidos (10%).
Fundos imobiliários seguem favoritos
Os fundos imobiliários (FIIs) repetiram o primeiro lugar como a classe de ativo preferida dos clientes, subindo 3 pontos porcentuais, para 69%. A renda fixa continuam em segundo lugar, apesar da queda na comparação mensal, de 64% para 63%. Já a preferência por ações subiu de 56% para 61%, reiterando a tendência de maior interesse.
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A pesquisa da XP novamente mostra que todas as categorias de investimento internacional – exceto dólar e bonds, que subiram, e ETF, que caiu – mostraram estabilidade de interesse. As categorias mais procuradas pelos clientes da XP são: bonds (49%), BDRs (37%), ETFs (34%), fundos internacionais (32%) e dólar (28%). Já o interesse por criptoativos saltou de 3% em dezembro para 12% em janeiro.