O investimento no setor de aço brasileiro deve somar R$ 12,5 bilhões este ano e, no período de 2024 a 2027, chegar a R$ 50 bilhões, conforme estimativas do Instituto Aço Brasil. Mas os investimentos estão ameaçados pela invasão do aço chinês, conforme o presidente do Conselho Diretor da entidade, Jefferson De Paula.
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Enquanto as importações avançam 48,6%, as vendas internas recuam 6,8%, na variação de abril a outubro. A deterioração do cenário fica clara, destaca De Paula, quando se observam os dados de janeiro a abril: as importações avançavam ao ritmo de 18,5% e as vendas internas caíam 3,6%.
Outro dado que indica o agravamento da situação, disse o executivo, é o aumento da taxa de penetração das importações: a média dos últimos dez anos foi de 12,3% e a de outubro deste ano, de 18%.
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Numa janela de observação mais ampla, o Instituto Aço Brasil chama a atenção para a evolução desde o ano 2000, quando o volume de importação da China era de 12 mil toneladas, que se dissolviam no total de importação brasileira, de 930 mil toneladas. Já em 2023, na janela de janeiro a outubro, o Brasil importou 2,36 milhões de toneladas do país asiático, mais do que a metade do total de compras do exterior, de 4,2 milhões de toneladas.
O impacto das importações diretas neste ano, conforme estimativas da entidade, é de perda de faturamento na ordem de R$ 30,6 bilhões; impostos diretos não pagos pelo setor de R$ 5,13 bilhões; perda efetiva de arrecadação de R$ 2,8 bilhões; e 248 mil empregos exportados.
As mais recentes projeções da entidade indicam recuo anual de 8% na produção (31,35 milhões de toneladas); de 5,6% nas vendas internas (19,2 milhões de toneladas); e de 1% nas exportações (11,8 milhões de toneladas). O consumo aparente deve ficar estável em 23,5 milhões de toneladas.
Para 2024, a previsão é de produção de aço bruto de 30,4 milhões de toneladas, queda de 3%. As vendas externas devem cair 6%, a 18 milhões de toneladas. As exportações avançam 1,3%, a 12 milhões de toneladas, de acordo com os estudos da entidade. As importações crescem 20%, a 6 milhões de toneladas. O consumo aparente avança 1%, a 23,8 milhões de toneladas.
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O cenário global de aço é de excesso de capacidade, destacou o executivo. No ano passado, o volume excedente alcançou 564 milhões de toneladas, sendo 191 milhões de toneladas localizados na China. O cenário não tem indicação de melhora. Até 2030, a previsão é de aumento da capacidade adicional, no sudeste asiático, de 100 milhões de toneladas.
Produção brasileira
No acumulado de janeiro a outubro, a produção de aço bruto no Brasil recuou 8%, a 26,6 milhões de toneladas. As vendas internas caíram 5,3%, a 16,4 milhões de toneladas, com laminados longos registrando recuo de 7,8% e a de laminados planos, queda de 4,2%. As exportações tiveram queda de 2,5%, a 9,9 milhões de toneladas, enquanto as importações saltaram 54,8%, a 4,1 milhões de toneladas. O consumo aparente ficou praticamente estável, com leve alta de 0,3%, a 20 milhões de toneladas.