As famílias de renda mais alta foram as que mais sentiram o aumento nos preços da economia em outubro, especialmente pelo aumento de gastos com transportes. No entanto, os mais pobres ainda sofreram pressão sobre o orçamento vinda dos alimentos, informou nesta segunda-feira (21) o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Leia também
O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que a inflação de outubro foi de 0,51% para o segmento de renda muito baixa e de 1,14% para o grupo de renda alta. Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses alcançou 7,95% na faixa de renda alta, e ficou em 6,73% na faixa de renda muito baixa.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado pelo Ipea para fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, foi de 0,59% no mês de outubro e de 6,47% em 12 meses.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
“Enquanto para as quatro classes de renda mais baixa os maiores impactos vieram dos grupos alimentos e bebidas e saúde e cuidados pessoais, para as duas faixas de renda mais alta os reajustes do grupo transportes exerceram a maior pressão inflacionária em outubro”, apontou a técnica Maria Andreia Parente Lameiras na Carta de Conjuntura do Ipea.
No caso do grupo alimentos e bebidas, mesmo diante da queda nos preços dos leites e derivados (-2,4%), dos óleos e gorduras (-1,8%) e dos cereais (-0,79%), os aumentos dos tubérculos (14,3%), das frutas (3,6%), dos farináceos (1,3%), dos panificados (1,0%) e de aves e ovos (0,97%) contribuíram positivamente para a inflação de outubro, sobretudo para as famílias de menor poder aquisitivo, indica o Ipea.
Em relação ao grupo saúde e cuidados pessoais, a alta dos artigos de higiene (2,3%) pressionou especialmente a inflação dos segmentos de renda mais baixa, ao passo que o reajuste dos planos de saúde (1,4%) impactou mais fortemente a inflação das classes de renda mais alta. Por fim, o aumento das passagens aéreas (23,4%) foi o principal responsável pelo impacto do grupo transportes sobre a inflação das faixas de renda mais alta, anulando, inclusive, o alívio vindo da queda de preços da gasolina (-1,6%) e do transporte por aplicativo (-3,1%).
O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA. Os grupos vão desde uma renda familiar menor que R$ 1.726,01 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 17.260,14, no caso da renda mais alta.
Publicidade