O Itaú BBA decidiu retirar a B3 (B3SA3) e inserir a Nubank em sua carteira Top 5 para imputar as expectativas dos resultados trimestrais em meio a um cenário macro orientado, na visão do banco, pela inflação resiliente nos Estados Unidos.
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Para o Itaú BBA, a resiliência da inflação americana e os sinais de que o Federal Reserve (Fed, o BC do país) deve manter os juros em patamares elevados deixam menos espaço para cortes de juros no Brasil. “Isso, somado ao movimento atípico, observado nas últimas semanas, dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo dos EUA) americanos chegando aos maiores patamares desde 2007, tem como consequência uma redução no fluxo de capital negociado no mercado doméstico de ações”, aponta o banco em relatório.
Nesse contexto, espera-se que o lucro líquido ajustado de R$ 1,2 bilhão, antes previsto para a companhia, “provavelmente não será atingido”. O Itaú diz que o volume médio de negociações diárias (ADTV) de R$ 24 milhões, 12% menor que o trimestre anterior, fechou 10% abaixo das estimativas do banco. “A melhora nos resultados da empresa é diretamente dependente da volta do fluxo de investidores para o mercado brasileiro, o que não parece estar para acontecer num futuro próximo”.
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Em contrapartida, Nubank tem uma “dinâmica de lucros favorável, execução superior e uma excelente projeção de crescimento para o futuro”. O Itaú BBA considera que, mesmo com a venda recente de parte relevante das ações do CEO e de outros acionistas, o sentimento do mercado para o papel deve ficar positivo com a boa execução e entrega de lucros.
A discussão envolvendo as taxas rotativas do cartão de crédito e o potencial teto ou extinção do produto é um ponto de atenção. Porém, “em nossa visão, o mercado já precifica alguns dos riscos dessa discussão e a expectativa é de que uma solução equilibrada deverá servir”, diz o banco.
A nova composição da carteira Top 5 traz ainda Sabesp (SBSP3), Cyrela (CYRE3), Vibra (VBBR3) e Prio (PRIO3).