

O Itaú BBA reiterou sua recomendação outperform (semelhante à compra) para as ações da São Martinho (SMTO3), do setor sucroenergético, mas reduziu o preço-alvo de R$ 37 para R$ 31. O ajuste reflete incertezas nos preços do açúcar e um maior custo de capital no mercado brasileiro. Mas o relatório destaca um atrativo rendimento de caixa de 14% para 2026, sinalizando potencial de valorização de 49,7% da ação em relação ao preço de fechamento do pregão da última sexta-feira (28), de R$ 20,71.
O relatório mostra que um excedente global na oferta tem pressionado os preços do açúcar, com futuros negociados a cerca de 19 centavos de dólar por libra-peso. No entanto, fatores como a produtividade da moagem no Brasil e decisões do governo indiano – que reduziu expectativas de exportação – podem criar riscos de alta.
“Caso a moagem na região Centro-Sul fique abaixo de 605 milhões de toneladas em 2025/26, os preços podem se recuperar”, destacam os analistas Gustavo Troyano e Bruno Tomazetto.
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Para o etanol, o cenário é mais favorável: a demanda durante a entressafra e o aumento do ICMS sobre a gasolina devem elevar os preços, aproximando-os da paridade com o combustível fóssil. O programa Combustível do Futuro, que prevê elevar a mistura de etanol anidro na gasolina de 27% para 30%, também é visto como um catalisador para o biocombustível.
O relatório projeta uma alta de 10% nos preços do açúcar poderia elevar o rendimento de caixa em 150 pontos-base. Em compensação, a expansão do etanol de milho no Brasil e eventuais investimentos em capex são riscos monitorados.
O Itaú BBA ajustou suas projeções para o Grupo São Martinho em 2026/27, elevando a previsão de receita líquida (de R$ 7,6 bilhões para R$ 7,9 bilhões). O endividamento líquido deve cair para R$ 2,7 bilhões em 2027.