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Itaú corta IPCA 2022 para 7,0% e 2023 para 5,3%

Selic fecha ciclo em 13,75% e ano que vem 11%

Itaú corta IPCA 2022 para 7,0% e 2023 para 5,3%
A taxa de administração é de 0,80% e não cobra taxa de performance. Foto: Sergio Moraes/Reuters

(Renata Pedini, Estadão Conteúdo) – Em revisão de cenário, o Itaú Unibanco diminuiu a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2022 de 7,2% para 7,0%, e para 2023, para 5,3%, de 5,6%, conforme relatório assinado pelo economista-chefe, Mario Mesquita, divulgado hoje. O banco manteve a previsão de Selic ao término do ciclo em 13,75% ao ano, mas elevou a de 2023, para 11,00% a.a., ante 9,75% anteriormente.

No IPCA em 2022, o banco incorpora maior repasse da redução de tributos sobre combustíveis para os consumidores, bem como o efeito dos cortes de preço nas refinarias anunciados no último mês pela Petrobras e um corte adicional a ser anunciado nas próximas semanas, com impacto principal em setembro. “Na direção oposta, revisamos o repasse da redução de tributos sobre telecomunicação para baixo (de 70% para 15%, considerando apenas repasse dos menores impostos sobre telefonia móvel) e removemos da conta o impacto da retirada de ICMS sobre TUSD/TUST de energia elétrica (o Confaz adiou a discussão para fim de setembro)”, diz. “Estamos considerando apenas os Estados que já formalizaram esse ponto (RS, ES, PE e MG).”

O Itaú acrescenta que revisou a trajetória da inflação de serviços, considerando a nova curva para a taxa de desemprego esperada, com hiato no mercado de trabalho mais apertado. A projeção para preços administrados em 2022 indica deflação próxima de 2,0%, emenda, ponderando que a inflação de livres deve seguir pressionada, “com a nossa projeção indicando alta pouco acima de 10% para o ano”. No relatório, o banco diz esperar alta próxima de 12% em preços de alimentos, enquanto para industriais a projeção está próxima de 11% e para serviços, perto de 9,0%. “No balanço de riscos, a queda de commodities industriais e desaceleração na demanda global por bens devem ajudar na desinflação esperada. Por outro lado, a dinâmica do mercado de trabalho e persistência maior dos serviços indica risco para sua trajetória ao longo da segunda metade do ano”, afirma.

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Em 2023, continua o Itaú, “retiramos da nossa projeção a volta de tributos federais (PIS/Cofins e CIDE) sobre combustíveis”. “Por outro, a dinâmica revisada de mercado de trabalho tende a atrasar a desinflação de serviços. Vemos um balanço de riscos equilibrado para a projeção de inflação, uma vez que a menor inflação em 2022 pode ter impacto inercial baixista, mas, por outro lado, a piora fiscal traz risco altista via aumento de outros impostos no próximo ano, bem como piora nas expectativas.” O banco manteve a avaliação de que há espaço para alguma acomodação dos preços de commodities, num cenário de menor crescimento global, o que pode contribuir para desaceleração da inflação.

Selic

Apesar da possibilidade de um ajuste residual da taxa básica, como indicado pelo Comitê de Política Monetária (Copom), o Itaú manteve a previsão de Selic terminal em 13,75% acreditando que “deve pesar nessa direção a leitura de que é necessário ter cautela em razão do estágio avançado do ciclo (de aperto monetário) e porque seus impactos acumulados ainda devem se materializar.”

Já em 2023 (revisão para 11,00%, de 9,75%), avalia que, considerando o estado das expectativas de inflação, a persistência da inflação de serviços, bem como os riscos em torno das contas públicas, “a autoridade monetária optará por reduzir os juros de forma cautelosa, evitando ações precipitadas”.