O Itaú BBA (ITUB4) iniciou a cobertura de C&A (CEAB3) com recomendação market perform (equivalente a neutra) e preço-alvo para 2024 de R$ 10,00, 22,1% acima do último fechamento do papel. A casa assume um custo médio ponderado de capital (WACC) de 13,3% e uma taxa de crescimento de longo prazo de 3,5% (ambas em real).
O banco baseia sua tese de investimento construtiva para a C&A nos seguintes fatores: uma melhoria significativa da margem bruta, particularmente no vestuário, através de iniciativas impulsionadas pela IPO (Initial Public Offering, que traduzido significa Oferta Pública Inicial); uma proposta de valor reforçada com a recompra de direitos de serviço financeiro, alavancando prudentemente as ofertas de marca própria para impulsionar as vendas do varejo; um enfoque na rentabilidade e na desalavancagem, otimizando a produtividade das lojas, o capital de giro e o capex em vez de um crescimento agressivo; e uma perspectiva positiva de desempenho a curto prazo.
No entanto, dado o atual nível de alavancagem da empresa e um cenário de taxas de juros elevada, a casa prefere se manter à margem até que a alavancagem atinja um “nível mais saudável”, diz o BBA.
“Num cenário macroeconômico incerto e exigente, a empresa tem demonstrado um desempenho resiliente em termos de vendas mesma loja (SSS, na sigla em inglês) em relação aos seus pares. Além disso, os picos históricos na sua margem bruta de varejo após a IPO podem ser atribuídos à implementação de uma iniciativa push/pull em 40% do catálogo de produtos da empresa, ao modelo de preços dinâmico e ao mix de produtos. Levando em conta o desempenho robusto das ações da C&A (alta de 258% no acumulado do ano e de 42% num mês), consideramos que esta dinâmica já foi, em grande parte, valorizada”, avaliam os analistas Victor Rogatis, Thiago Macruz, Maria Clara Infantozzi, Clara Lustosa e Kelvin Dechen.
Eles identificam alguns riscos para a tese da C&A: “o braço financeiro pode ‘derrapar’; o processo de desalavancagem pode demorar mais do que esperamos; a reforma fiscal e as discussões sobre incentivos; e a intensificação da concorrência online e offline.”