(Estadão Conteúdo) – A queda histórica do iene impulsiona vendas e o lucro de algumas das principais empresas do Japão. Isso leva várias delas a manter perspectivas saudáveis para o ano atual, mesmo com problemas em cadeias de produção e a incerteza econômica.
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A Toyota Motor, maior fabricante global de carros em volume de vendas, manteve sua previsão de lucro operacional de 2,4 trilhões de ienes, ou US$ 18 bilhões, para o ano fiscal até março, apesar de enfrentar problemas em cadeias de produção e preços mais altos de matérias-primas recentemente. O fortalecimento do dólar e do euro frente ao iene deve compensar os crescentes custos para o restante do ano atual, diz a empresa.
O iene era negociado nesta terça-feira em cerca de 134 ienes frente ao dólar, de cerca de 115 no início deste ano. Em julho, o iene chegou a cair a 139 frente ao dólar, na mínima desde 1998.
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No fim da temporada de balanços trimestrais desta segunda-feira, a SMBC Nikko Securities concluiu que 81 companhias integrantes do índice japonês Topix elevaram suas perspectivas de lucro operacional para o ano fiscal que termina em março de 2023. Por outro lado, 46 companhias cortaram suas projeções.
O iene barato em geral tem sido benéfico para as grandes empresas no Japão. Durante muitos anos, o câmbio foi um gatilho para disputas comerciais com os EUA. Os dólares que companhias como a Toyota ganham no exterior valem mais em ienes quando o dinheiro volta para casa, e carros feitos no Japão por trabalhadores pagos em iene são agora mais competitivos contra aqueles feitos nos EUA por trabalhadores que ganham em dólar.
Conforme o iene caía mais no primeiro semestre deste ano, alguns questionavam se essa reflexão familiar ainda se aplicava. Muitas empresas japonesas têm mudado a produção para o exterior, o que fazia deixar de valer parte do impacto das flutuações cambiais. E atualmente, a queda do iene torna mais caro importar algumas commodities e componentes que já tinham preços elevados.
No fim das contas, porém, a moeda fraca ainda é uma grande ajuda para o país que exportou o equivalente a quase US$ 700 bilhões em bens no período de 12 meses encerrado em junho. Além disso, as divergências comerciais com os EUA são mínimas, já que importações japonesas mais baratas reduzem a inflação nos EUA, uma prioridade econômica para o governo Joe Biden. A economia japonesa recuperou seu tamanho pré-pandemia no segundo trimestre, impulsionada em parte pelo crescimento nas exportações. No primeiro semestre deste ano, as exportações do país cresceram 15% na comparação com igual intervalo de 2021.
Fonte: Dow Jones Newswires.
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