Os papéis da Azul (AZUL4) estendem as perdas registradas na semana passada e tombam 4,10%, negociados a R$ 1,87 às 15h55 (de Brasília) desta segunda-feira (28). Somente em abril, os ativos já acumulam perdas de 41,03%. Investidores ainda digerem a retirada do preço-alvo pelo JPMorgan. Relatório da Ativa Investimentos e o anúncio da oferta subsequente de ações também seguem no radar.
O JPMorgan retirou o preço-alvo de R$ 9,50 para as ações da Azul, sem estabelecer um novo valor, e reiterou a recomendação neutra para a empresa. A atualização reflete novas suposições macroeconômicas e impactos da reestruturação financeira, com destaque para a diluição relevante para os acionistas atuais.
O banco calcula que, considerando todas as possíveis conversões de capital, a diluição implícita totalizaria aproximadamente 85%. Isso representaria cerca de 2,1 bilhões de ações da Azul a mais, já que o número total de papéis deve saltar de 348 milhões no quarto trimestre de 2024 para 2,404 bilhões após todas as etapas da reestruturação.
“Em nossa avaliação, estamos considerando todos os eventos de diluição e fazendo os ajustes necessários na dívida líquida, levando-nos a retirar nossa meta de preço de dezembro de 2025, anteriormente em R$ 9,50”, diz o relatório.
O papel também segue sendo penalizado pelo follow-on (oferta subsequente de ações), que captou R$ 1,6 bilhão, provocando forte correção no papel, segundo apurou o Broadcast. A quantidade de ações inicialmente ofertada foi acrescida em 3%, ou seja, em 13.517.180 ações, nas mesmas condições e pelo mesmo preço das ações inicialmente ofertadas, as quais foram destinadas a atender ao excesso de demanda constatado.
Para completar, a taxa de aluguel das ações da Azul disparou para 179,87%, liderando na B3, segundo o relatório mais recente da Ativa Investimentos. O porcentual é quase o triplo do dia 24, quando a companhia aérea confirmou o follow-on. A informação foi antecipada pelo Broadcast. No dia 23, ainda conforme a Ativa, a taxa era de 56,35%. A oferta e a demanda por aluguel acompanham simultaneamente a forte queda dos papéis, que acumulam baixas de 46% em abril, sendo quase 45% disso em menos de três pregões.
O movimento também levou o valor de mercado a furar, pela primeira vez na história da companhia aérea em Bolsa, o piso de R$ 1 bilhão, recuando para R$ 768,8 milhões por volta das 14h, com a manutenção da aversão ao papel.