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Julius Baer mantém posição defensiva em ações da China; entenda motivos

O grupo financeiro suíço diz que prefere as empresas estatais e ativos que rendam dividendos

Julius Baer mantém posição defensiva em ações da China; entenda motivos
China. (Foto: Envato Elements)

O grupo financeiro suíço Julius Baer avalia que ainda é preciso adotar uma postura defensiva na alocação em ações da China, mesmo após os principais índices das bolsas chinesas terem caído cerca de 10% no acumulado do ano, no que configura um dos piores desempenhos em comparação com o de outras praças financeiras.

“Poderíamos ficar tentados a falar em fundo do poço do mercado chinês, mas a atual dinâmica do mercado e da liquidez dissuade-nos a ‘apanhar uma faca que cai’ muito cedo”, escreveram analistas da instituição em nota distribuída nesta terça-feira (6). “Preferimos primeiro ver sinais de estabilização antes de realizar qualquer negociação tática”.

O Julius Baer diz que segue defensivo em sua alocação setorial e que prefere as empresas estatais (SOE, na sigla em inglês) e ativos que rendam dividendos. Para o banco, o tema do enfraquecimento do consumo será uma questão-chave em 2024, diante do sentimento abatido dos consumidores.

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A instituição cita que os investidores estão atentos a três pontos atualmente em relação à China. Em primeiro lugar, olham os efeitos negativos de uma bola de neve motivada por produtos derivativos, que tiveram gatilhos acionados quando o CSI500 e CSI1000, dois dos índices mais populares, caíram de maneira contínua. À medida em que as quedas atinjam limites de barreiras, os operadores tem de liquidar parte de seus hedges comprados, o que, por sua vez, causa pressão de venda adicional, lembram os analistas. No momento, a Julius Baer acredita que boa parte das opções de barreiras – as chamadas “knock in” – já devem ter sido acionadas e, portanto, “o pior já deve ter ficado para trás”.

Em segundo lugar, vários relatos sugerem que mais investidores alavancados estão enfrentando chamadas de margem. Para a casa suíça, algumas das posições podem ter sido desmontadas, à medida que a margem de manutenção recua abaixo do limite.

Terceiro, os investidores começam a se concentrar no risco das penhora de ações. Com base em dados públicos, 45% das ações listadas da classe A – com cotações em renminbi – estão comprometidas para fins de financiamento. Embora isto represente apenas uma porcentagem baixa da capitalização desse filão do mercado, o saldo pendente é estimado em 2,6 bilhões de yuans, alguns dos quais poderão ser liquidados se garantias não forem cumpridas, diz a Julius Baer.

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