Os juros futuros fecharam a segunda-feira em alta firme, contaminados pelo estresse no mercado de Treasuries que reverberou nas curvas globais. O pano de fundo segue sendo a expectativa de juros nos EUA no modo “higher for longer” e suas consequências para a economia mundial, numa semana que tem na agenda a inflação do PCE (sigla em inglês para preços de gastos com consumo) e discursos de vários dirigentes do Federal Reserve.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 10,570%, de 10,523% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2026 subiu de 10,24% para 10,30%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 10,59%, de 10,50%. A taxa do DI para janeiro de 2029 avançou a 11,16% (11,06% na sexta-feira).
É a terceira sessão consecutiva em que a curva local registra aumento da inclinação, acompanhando com grande aderência o comportamento dos yields dos Treasuries. Ou seja, desde a revelação do gráfico de pontos do Fed, com aumento de 50 pontos-base nas medianas para juros nos EUA em 2024 e 2025, na quarta-feira, 20.
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A escalada dos Treasuries, mais do que as novidades negativas do setor imobiliário na China, continuou ditando o ritmo das taxas locais, e, aqui, como nos EUA, a liquidez foi menor. A economista-chefe do TC, Marianna Costa, afirma que o feriado do Yom Kippur, celebrado pela comunidade judaica nesta segunda-feira, inibe a liquidez em Wall Street. “Tem grande importância para os participantes do mercado de títulos lá e acaba deixando os preços mais voláteis”, explica.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano subiram durante toda a sessão, renovando máximas à tarde, quando a taxa da T-Note de dez aos alcançou 4,54% e a do T-Bond de 30 anos, 4,67%. Na Europa, os retornos dos bônus também avançaram, com a taxa do bund alemão de dez anos tocando, na máxima de 2,873%, o pico desde julho de 2011, pressionada ainda por falas de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) reforçando que os próprios juros da zona do euro devem permanecer restritivos por tempo prolongado.
Se nem noticiário nem agenda hoje tinham novidades que justificassem tal postura defensiva, o mercado encontra argumentos de sobra no calendário dos próximos dias. “A pergunta que não quer calar é: somente o PCE na sexta poderá arrefecer a curva lá fora no curto prazo?’, questiona o sócio e estrategista de renda fixa e câmbio da Garin Investimentos, Felipe Beckel. Além disso, ao longo da semana haverá uma série de discursos de membros do Federal Reserve.
No Brasil, a agenda da semana também é carregada, sendo amanhã o ponto alto, com a divulgação do IPCA-15 de setembro na sequência da ata do Copom. “O comunicado do Copom foi muito técnico e sucinto. Vai ser interessante ver como o diretores avaliam os dados recentes de inflação mais benignos”, afirma Costa. Vale lembrar que no comunicado o mercado se frustrou com o pouco destaque dado pelos diretores para a melhora da inflação subjacente nas últimas semanas. Para o IPCA-15, a mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast é de 0,37%, de 0,28% em agosto.
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