Os juros futuros caíram levemente ao longo da curva desta quinta-feira (11), acompanhando o comportamento das taxas americanas. Números mais fortes de inflação, aqui e nos Estados Unidos, não impediram o fechamento das curvas hoje. O mercado continuou apostando na redução dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) já em março.
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A taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025, mais negociado do dia, fechou em 10,115% – mais de 0,02 ponto porcentual menor do que os 10,138% do ajuste anterior. Também em relação aos ajustes, caíram os juros dos DIs para janeiro de 2026 (9,795% para 9,730%), 2027 (9,906% para 9,845%) e 2029 (10,280% para 10,210%).
Nos EUA, o juro da T-Note de dois anos caiu de 4,354% para 4,266% e o do papel de dez anos, de 4,043% para 3,977% – abaixo da marca psicológica de 4%. A curva futura do país embutia quase 71% de chance de um corte de 0,25 ponto porcentual dos juros em março, mesmo nível de ontem, segundo a ferramenta do CME Group.
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Dados mais fortes de inflação, lá e aqui, foram o destaque da sessão. O índice de preços ao consumidor americano subiu 0,3% em dezembro, mais do que indicava a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 0,2%. Mas o núcleo do índice ficou em linha com o esperado, com uma alta de 0,3%.
Aqui, o IBGE informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, medição oficial da inflação no Brasil) acelerou de 0,28% em novembro para 0,56% em dezembro, também acima do consenso de 0,49%. A média dos núcleos de inflação e os serviços subjacentes, acompanhados de perto pelo Banco Central para calibrar a política monetária, também ficaram acima das expectativas.
“A surpresa do IPCA hoje teve uma parte sazonal, concentrada em alimentos, mas não é um quadro tranquilo, que você possa atribuir a um choque”, afirma o economista da Terra Investimentos Homero Guizzo. “A explicação para essa queda dos juros aqui é que o mercado local acabou mimetizando o movimento dos juros nos EUA.”
Nas contas do economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, a curva de juros precificava, no fim da tarde, uma Selic próxima de 9,45% no fim do ano – pouco abaixo dos 9,55% vistos após a divulgação do IPCA. A precificação indica corte de 0,5 ponto na Selic em janeiro e cerca de 10% de chance de desaceleração a 0,25 ponto em março e maio.
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O gerente de renda fixa e distribuição de fundos da Nova Futura Investimentos, André Alírio, afirma que os números de inflação não mudaram o cenário do mercado. Por enquanto, ele diz, a tendência é que o comportamento dos juros permaneça marcado por um otimismo cauteloso, acompanhando de perto os Estados Unidos.
“Talvez as expectativas mais otimistas que foram pintadas até o fim de dezembro, quando tivemos aquele rali, não se confirmem. Mas a probabilidade de corte dos juros ainda é grande. Devemos continuar no mesmo ritmo aqui e aguardar o que o Fed vai fazer para ver o espaço”, afirma Alírio.