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Juros fecham em queda, com mercado de olho na inflação no Brasil e nos EUA

Na questão da Petrobras, houve melhora na percepção de risco, mas os ruídos não foram totalmente dissipados

Juros fecham em queda, com mercado de olho na inflação no Brasil e nos EUA
Juros (Foto: Adobe Stock)

Os juros futuros fecharam a terça-feira (12) em baixa moderada. Os dados de inflação acima do consenso não alteraram o quadro de apostas para a política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, com o mercado deslocando o foco para a composição dos indicadores, que trouxe boas notícias nos principais recortes. Na questão da Petrobras (PETR4), houve melhora na percepção de risco, mas os ruídos não foram totalmente dissipados.

No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 era de 9,835% (mínima), de 9,867% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 marcava 9,65%, de 9,70% ontem. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 9,88% (de 9,93%) e a do DI para janeiro de 2029 estava em 10,37%, de 10,40%.

A agenda do dia se desenrolou ainda pela manhã, sem potência para definir qualquer trajetória para as taxas. No exterior, os yields dos Treasuries subiram, mas o mercado resistiu ao contágio. Alexandre Mathias, estrategista-chefe da Monte Bravo, afirma que o IPCA e o índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) nos Estados Unidos, ambos de fevereiro, foram bem digeridos, enquanto a pressão nos Treasuries estaria mais ligada ao leilão de US$ 39 bilhões em T-Notes.

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O IPCA subiu 0,83%, quase o dobro da inflação de 0,42% em janeiro e acima da mediana das estimativas de 0,78%, que tinham teto em 0,88% e piso em 0,61%. Em 12 meses, acumula alta de 4,50%, limite superior da meta central de inflação de 3,00% para 2024. Houve desaceleração mais forte que a esperada na média dos núcleos, em serviços, serviços subjacentes e bens industriais, enquanto os preços livres e administrados aceleraram menos do que o previsto.

Ainda que a composição tenha sido considerada benigna, fazendo algum contraponto ao headline acima do consenso, o quadro das expectativas para a Selic foi mantido. “Avaliamos a abertura como positiva para o Brasil, ainda que não seja nenhum game Change para a política monetária”, afirma o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.

Na Pesquisa Focus, a mediana para a Selic no fim de 2024 permaneceu em 9,00%. Para 2025, a mediana manteve-se em 8,50%. Para o IPCA, a expectativa para 2024 oscilou marginalmente de 3,76% para 3,77% e manteve-se em 3,51% para 2025.

Do mesmo modo que o IPCA, o CPI não alterou substancialmente o cenário para juros americanos, com o mercado se apegando na desaceleração do núcleo na comparação interanual (3,8% para 3,9%), mesmo acima da mediana (3,7%). O índice cheio subiu de 3,1% em janeiro para 3,2%, acima da previsão (3,1%).

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“O CPI mostrou uma história parecida com a daqui, de abertura benigna, com outras cores, mas totalmente compatível com a ideia de início do ciclo de corte em junho”, afirma Mathias, para que vê os DIs com prêmio baixo. “Onde tem um pouco mais é no trecho longo e na curva de IPCA, mas o alívio depende de alguns fatores”, afirma Alexandre Mathias, citando entre eles a definição da questão fiscal.

Os ruídos fiscais aumentaram nos últimos dias com a crise dos dividendos da Petrobras, mas ontem o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou apaziguar os ânimos, afirmando que a equipe econômica não conta com os dividendos extraordinários para o cumprimento da meta de primário zero. Graças à atuação do ministro, o presidente Lula decidiu que a Fazenda terá um assento no conselho de administração da companhia, o que, para o investidor, reduz o risco de ingerência política. O nome indicado para a vaga é o do secretário executivo adjunto da Fazenda, Rafael Dubeux.

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