Os juros futuros fecharam perto da estabilidade nesta quarta-feira (7), zerando no fim da tarde o movimento de queda que prevaleceu durante todo o dia. O ajuste de baixa ao longo da sessão teve como pano de fundo a melhora de humor no exterior, após o governo do Japão minimizar o risco de novo aperto monetário enquanto durar a volatilidade dos ativos, o que acabou trazendo alívio ao câmbio e, consequentemente, para a curva de juros. O recuo começou a perder fôlego à tarde na medida em que os rendimentos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) ganharam força.
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No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 10,690%, de 10,701% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 mostrava estabilidade nos 11,53%. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 11,68%, de 11,69% ontem no ajuste. A taxa do DI para janeiro de 2029 marcava 11,84%, de 11,83%.
A piora do mercado no fim da tarde foi atribuída à zeragem de algumas posições no intraday e, segundo profissionais nas mesas de renda fixa, atesta que o alívio de prêmios ao longo do dia foi construído em bases frágeis. “O dólar salvou hoje”, disse um operador. Pela manhã, quando a moeda chegou a cair abaixo do nível de R$ 5,60, a queda nas taxas superava 10 pontos-base, mesmo com a surpresa negativa do IGP-DI de julho. O índice subiu 0,83%, acima do teto das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, que ia de 0,55% a 0,80%, com mediana de 0,68%.
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A reação à sinalização do vice-presidente do Banco do Japão, Shinichi Uchida, de que a instituição não aumentará juros enquanto os mercados estiverem instáveis, deu o tom aos negócios praticamente durante toda a sessão, na ausência de uma agenda mais forte aqui e no exterior.
Na segunda etapa, os yields dos Treasuries renovaram máximas, o que inibiu o fechamento das taxas domésticas, que ainda assim seguraram o sinal de baixa ainda em boa parte da tarde em função da melhora do câmbio, variável que ganha cada vez mais peso nos prognósticos do mercado sobre o futuro da Selic, especialmente após a divulgação da ata do Copom.
O diretor de Investimentos da Nomos, Beto Saadia, afirma que o aceno da ata à possibilidade de aperto da Selic tranquilizou o mercado, como bem traduzido na queda do dólar e no desenho da curva ontem, com juros curtos subindo mais do que os longos.
Em boa medida, o ceticismo com o grau de apreciação do câmbio ajuda a explicar a devolução de prêmios bastante parcial, vis a vis a escalada das taxas ontem, e a manutenção na curva de juros das apostas de forte alta da Selic nos próximos meses.
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Na visão de Saadia, apenas uma apreciação muito grande do real até a próxima reunião seria capaz de evitar um aperto em setembro, o que é bastante improvável. “O ‘higher for longer’ não funciona para países de moeda fraca. Teremos em setembro esta situação do BC subindo o juro enquanto o Federal Reserve corta a taxa”, disse o diretor, que prevê alta de 25 pontos-base para a Selic no mês que vem.