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Juros: ata e Galípolo pesam e taxas têm novo dia de alta

O contrato de DI para janeiro de 2024 avançou de 13,207% para 13,240%

Juros: ata e Galípolo pesam e taxas têm novo dia de alta
Foto: Envato Elements

As taxas dos contratos de juros futuros avançaram levemente na sessão desta terça-feira, 9, puxadas inicialmente pelo tom hawkish da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de maio. Durante a tarde, declarações do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, indicado para a diretoria de Política Monetária do Banco Central, acentuaram a tendência de alta, embora tenham sido lidas pelo mercado como melhores do que o previsto.

A curva, contudo, apresentou leve desinclinação. Na comparação com o ajuste de segunda-feira, 8, o contrato de DI para janeiro de 2024 avançou de 13,207% para 13,240%, mesmo movimento visto nos vencimentos para janeiro de 2025 (11,665% para 11,795%), 2027 (11,550% para 11,655%) e 2029 (11,951% para 12,050%). O spread entre os contratos para janeiro de 2025 e janeiro de 2029 ficou em 25,5 pontos-base, pouco abaixo do observado na comparação entre os ajustes anteriores (28,6 pontos).

Os primeiros pronunciamentos públicos de Galípolo após a confirmação da sua indicação para o BC foram o destaque da etapa vespertina. Em entrevista coletiva a jornalistas por volta de 15h, o secretário-executivo da Fazenda reforçou seu alinhamento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Fernando Haddad, mas garantiu ter boa relação com o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, e prometeu que terá uma conversa “educada e cordial” dentro da autarquia.

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Pouco depois, em entrevista à CNN Brasil, Galípolo repetiu ter bom trato com Campos Neto e os demais membros do Copom e se comprometeu a tentar facilitar a relação entre a Fazenda e a autoridade monetária, que tem sido alvo de críticas do governo por manter a taxa Selic em 13,75% ao ano. “A minha missão no Banco Central é de ser facilitador de convergência entre o BC e a Fazenda”, afirmou. “Até achei que a curva podia inclinar um pouco mais, porque a nomeação de Galípolo e as declarações poderiam ter tido um tom mais bélico, de forçar o corte de juros, e o fato de ele ter vindo com um discurso mais ameno foi positivo.

Por isso, a curva reagiu aumentando o nível, e não inclinando”, avalia o gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Xavier Andrade. “As últimas falas colocam um tom para o curto prazo de que ele não necessariamente vai interferir tanto na política monetária.” A ata do Copom de maio também ajudou a sustentar o aumento dos contratos de DI, após o BC reiterar a mensagem de “paciência e serenidade” na condução da política monetária e repetir que vai perseverar na sua estratégia até que as expectativas do mercado convirjam às metas e o processo de desinflação se consolide.

Para analistas, o tom do documento mostrou que a autoridade monetária não vislumbra espaço para cortes dos juros nos próximos meses.

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