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- Para a estrategista-chefe da MAG Investimentos, Patricia Pereira, o noticiário fiscal foi o responsável pelo alívio da curva
Os juros futuros mantiveram a queda ao longo da tarde de hoje, em um movimento de correção após a escalada causada pelo temor fiscal na última semana. Com a liquidez reduzida à véspera do feriado da Proclamação da República, os agentes retiraram prêmios da curva, amparados na defesa do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), de que a mudança do teto de gastos pedida pelo novo governo valha por no máximo um ano. Na estendida, contribuíram para um alívio adicional os relatos de que a equipe de transição estuda uma alternativa mais conservadora para o “waiver” para despesas fora da regra fiscal em 2023.
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“Em um universo de notícias bastante esparsas, em comparação àquele tiroteio da semana passada, o pessoal se apegou a isso”, explica o economista-chefe da Terra Investimentos, João Maurício Lemos Rosal. “Tem muito o que corrigir ainda, mas a curva começou a voltar, especialmente na parte mais longa, mostrando que essa questão fiscal ainda é o tema do momento.”
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 encerrou a sessão regular em 12,79% e a estendida em 12,72%, 47 pontos-base abaixo do ajuste da última sexta-feira, 11 (13,19%). A taxa do DI para janeiro de 2024 fechou em 13,75% (regular) e 13,69% (estendida), ante 13,921% no ajuste de sexta-feira; e a do DI para janeiro de 2025 atingiu 13,01% (regular) e 12,915% (estendida), de 13,304% no ajuste de sexta-feira.
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Na nota, Nogueira defendeu que a liberação para despesas fora do teto prevista na PEC da Transição tenha validade apenas até 2023 e englobe “exclusivamente apenas o necessário”. O ministro disse ainda que a “desordem fiscal” gera inflação, perda de poder de compra, desemprego e recessão.
Durante a estendida, os juros aprofundaram a queda após a Bloomberg reportar que a equipe de transição de governo estuda uma duração de apenas um ano (e não quatro, como estava em estudo) e uma exceção para gastos sociais de R$ 130 bilhões (e não R$ 175 bilhões) para o “waiver” que será previsto na PEC da Transição.
Para a estrategista-chefe da MAG Investimentos, Patricia Pereira, o noticiário fiscal foi o responsável pelo alívio da curva, devido à sinalização de que os parlamentares do Centrão podem atuar como uma espécie de contrapeso às propostas da equipe de transição. “Ficou bastante claro quão errônea é para os próximos parlamentares a ideia de dar esse cheque em branco para Lula”, afirma.