Os juros futuros voltaram a fechar hoje com taxas estáveis nos vencimentos de curto prazo e viés de alta nos demais prazos, numa sessão sem destaques, com o mercado operando novamente a reboque do ambiente externo, onde os rendimentos dos Treasuries continuaram avançando, o dólar manteve-se firme ante outras moedas e o petróleo ampliou ganhos. O clima em geral foi de cautela antes da divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos amanhã. Internamente, o fator a adicionar pressão foi o leilão de prefixados com aumento de mais de 100% no risco para o mercado (DV01), com a agenda de indicadores e noticiário eleitoral apenas como pano de fundo.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,74%, de 12,73% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025, em 11,56%, de 11,51%. A do DI para janeiro de 2027 subiu de 11,30% para 11,34%.
Um dia antes da divulgação do payroll, a sinalização dada pelo avanço nos pedidos semanais de auxílio-desemprego americanos acima do esperado foi de que o mercado de trabalho pode estar esfriando, mas ainda assim o retorno dos Treasuries e o dólar subiram. O movimento foi sustentado por mais discursos hawkish de dirigentes do Federal Reserve e, no caso da moeda americana, também pela fraqueza da libra. De maneira geral, prevalece o cenário de muita incerteza sobre até onde o Federal Reserve poderá chegar com o aperto monetário.
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Para o economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, Gino Olivares, a curva doméstica está com o comportamento muito mais atrelado ao exterior do que a fatores locais. “Os DIs para janeiro de 2024, janeiro de 2025 e janeiro de 2027 têm replicado o que acontece com os Treasuries“, afirma. “O que temos de diferente aqui é que a desinflação nos últimos meses têm sido mais intensa do que o esperado. O IGP-DI está hoje aí para mostrar”, disse. A variação negativa de 1,22% do índice em setembro foi maior do que indicava o piso das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast (-0,97%). No fim da tarde, a taxa da T-Note de 10 anos estava na casa de 3,81% e a de dois anos, em 4,22%.
Os preços do petróleo também ganharam terreno, ainda amparados na decisão da Opep+ de reduzir a oferta e 2 milhões de barris por dia a partir de novembro. “Este corte manterá os preços em níveis muito próximos aos atuais, com o risco de voltarmos a três dígitos se virmos sinais de melhoria da demanda global”, afirma Noah Barrett, analista de pesquisa de Energia e Serviços Públicos da Janus Henderson. Este cenário afetaria ainda mais os preços internos dos combustíveis, já defasados ante o exterior. No podcast Diário Econômico, o economista-chefe do Banco Original, Marco Caruso, comenta que a gasolina estaria com defasagem de 11% e o diesel, em 13%. “Ou seja, é pressão por mais reajuste”, disse. A orientação do governo, porém, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, é de segurar aumentos até o fim do segundo turno.
A quinta-feira foi de leilão do Tesouro, com a oferta de 12,5 milhões de LTN e de 1,250 milhão de NTN-F absorvida integralmente. O risco para o mercado foi 105,4% acima do visto no leilão passado, segundo a Renascença DTVM.