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A curva de juros demonstrou um fechamento suave nesta quinta-feira (20), amparado pela valorização do real e da queda dos rendimentos dos títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano (Treasuries). Contudo, os vértices a partir de 2031 seguiram em alta ainda com uma pressão do leilão do Tesouro, que fez a maior oferta de prefixados desde 2020 nesta quinta-feira, considerando que a distribuição de risco ficou mais concentrada nos vencimentos de maior prazo.
A taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 caiu para 14,630%, de 14,694% no ajuste anterior, e o para janeiro de 2027 recuou a 14,600%, de 14,678%. O DI para janeiro de 2029 fechou a 14,440%, de 14,468%, e o para janeiro de 2035 subiu a 14,450%, de 14,36%.
“Hoje novamente tivemos um leilão do Tesouro atipicamente grande, mas que parece muito bem absorvido. Há um movimento de abertura dos juros a partir de janeiro de 2031, pois a distribuição de risco na colocação do Tesouro se concentrou mais a partir de 2029”, afirma o gestor de renda fixa da Porto Asset, Gustavo Okuyama.
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A Necton Investimentos aponta que o Tesouro Nacional fechou a semana com uma das maiores emissões de títulos públicos da sua história, considerando os volumes financeiros e risco (DV01) para o mercado. A instituição realizou os maiores leilões de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B) e prefixados desde 2021 e 2020, respectivamente.
Okuyama pondera que o fato de os vértices mais curtos e intermediário dos juros conseguirem se manter em queda é “atípico e mostra ambiente de busca por risco com duration, porque em ambiente de mais normalidade o leilão do Tesouro teria causado um estrago nos juros relevante”.
Hoje o dólar no nível de R$ 5,70, em queda moderada ante o real, e o fechamento da curva dos Treasuries apoiaram os juros de curto e médio prazo. “O rendimento dos Treasuries define expectativa de política monetária do Brasil, e hoje também vemos um dólar um pouco mais baixo, segurando expectativa de pressão inflacionária. Isso ajuda a ter os juros um pouco mais aliviados”, comenta o CEO da Gravus Capital, Ricardo Trevisan Gallo.