O mercado de juros se beneficiou da melhora do humor global nesta sexta-feira (13), com taxas percorrendo toda sessão em baixa. O aumento das apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) vai abrir o ciclo de distensão monetária com uma redução mais expressiva, de 50 pontos-base, estimulou o apetite pelo risco prefixado e por moedas emergentes, sendo o real um dos destaques. Com o exterior mais positivo, o mercado colocou hoje em stand by as preocupações fiscais que ontem ajudaram a puxar a curva para cima, e também não se sensibilizou com a queda do IBC-Br de julho, até porque o resultado veio um pouco mais forte do que o consenso.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 10,935% (de 10,965% ontem no ajuste) e a do DI para janeiro de 2026 caiu de 11,85% para 11,78%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 11,78%, de 11,83% ontem. A taxa do DI para janeiro de 2029 terminou o dia em 11,88% (de 11,94%).
Após registrarem ontem avanço firme, as taxas começaram o dia já em movimento de correção, que foi tomando corpo ao longo da sessão, na esteira do alívio na curva dos Treasuries e à medida que a queda do dólar ante o real foi se intensificando até cair à mínima abaixo de R$ 5,55. No fechamento, estava em R$ 5,5673 (-0,91%).
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A aposta de queda de 50 pontos no juro americano na próxima semana ganhou fôlego a partir de uma série de posicionamentos em defesa de um começo mais robusto no processo de flexibilização monetária. O ex-Fed de Nova York William Dudley disse haver forte argumento para corte de 50 pontos e um artigo de Nick Timiraos, especializado na cobertura de assuntos relacionados ao Fed no Wall Street Journal, afirma que os dirigentes não decidiram a dimensão do primeiro corte, em meio a temores sobre manter o nível restritivo por tempo demasiado e deixar escapar um “pouso suave”.
Para o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, a curva local se moveu hoje “100% a partir do exterior” e avalia que, pelos níveis de queda dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, as taxas locais deveriam ter caído mais, mas o mercado está reticente, “esperando a Super Quarta”, que terá não somente a decisão do Fed, mas também do Copom.
Um dos poucos que ainda espera manutenção da Selic em 10,50%, Sanchez argumenta que o “guidance” de queda de juro dado pelo Fed não pode ser desprezado, que a economia global está em desaceleração – com a China em dificuldade para estimular seu crescimento – e que não há necessidade de subir a Selic com base nos fundamentos domésticos. “Isso seria como uma confissão de erro sobre o ciclo baixista”, afirmou.
Ele destaca que, apesar dos dados fortes de atividade e do mercado de trabalho, os salários reais estão relativamente bem comportados. “Entrou-se numa retórica de que a Selic vai subir por uma leitura seletiva das declarações dos diretores. O Copom ficou encilhado também por sua comunicação confusa.”
Depois do Itaú Unibanco alterar ontem sua estimativa de Selic, hoje foi a vez do Santander anunciar revisão nas projeções para a taxa básica. A instituição, que antes previa estabilidade nos 10,50% até meados de 2025, agora trabalha com um ciclo de elevação total de 100 pontos, com doses de 25 pontos por reunião levando ao nível de 11,50% até janeiro.
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Na agenda, a queda de 0,41% do IBC-Br de julho na margem não alterou a percepção de bom desempenho do PIB no terceiro trimestre, até porque o recuo foi menor do que apontava o consenso de mercado (-0,50%). Pesquisa do Projeções Broadcast mostra que houve aumento nas medianas de PIB para o terceiro trimestre, 2024 e 2025 após a divulgação do dado.