Por André Marinho – A presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em São Francisco, Mary Daly, argumentou hoje que a autoridade monetária deve subir juros mais rapidamente em direção ao nível neutro, isto é, o patamar em que as taxas nem estimulam, nem comprimem a atividade econômica. Em entrevista à CNBC, a dirigente estimou que esse nível está em 2,5%. Atualmente, as Fed Funds estão na faixa entre 0,75% e 1,00%.
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Daly, que não tem direito a voto nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) deste ano, explicou que busca não fazer previsões para além dos próximos dois encontros. Na visão dela, a incerteza no cenário econômico dificulta esse tipo de projeção.
A líder da regional de São Francisco acrescentou que espera que a inflação tenha atingido o pico, mas que “não declara vitória”. Ela ressaltou que, para que haja uma desaceleração sustentada nos preços, a China deveria insistir no relaxamento das restrições contra a covid-19, o que traria alívio às cadeias produtivas. Daly citou ainda dúvidas sobre a guerra na Ucrânia.
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A dirigente se disse “bem otimista” em relação à maior economia do planeta e enfatizou que não prevê uma recessão no horizonte do país. No entendimento dela, não há sinais de espiral positiva nos salários, como efeito secundário da inflação. Daly destacou que o FOMC ainda decidirá se venderá os títulos do balanço de ativos no processo de aperto quantitativo (QT, na singla em inglês). “Precisamos remover acomodação monetário, mas abertos aos dados econômicos”, afirmou.