O mercado de juros deu sequência ao movimento dos últimos dias e fechou novamente com taxas em alta, pela terceira sessão seguida no caso dos vencimentos de longo prazo. O ajuste ainda é atribuído à continuidade da realização de lucros, num dia de pressão também para a curva dos Treasuries. A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) reforçando a fraqueza do varejo e o efeito da política monetária contracionista sobre a atividade não chegou a fazer preço. Na semana, todas as taxas subiram, com mais força a partir dos vértices intermediários, e a curva ganhou inclinação.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,86%, na máxima, de 12,825% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025, em 10,92%, de 10,83%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 10,36%, de 10,19% ontem no ajuste. A taxa do DI para janeiro de 2029 avançou a 10,64%, de 10,50%.
Assim como ontem, esta sexta-feira foi marcada pela ausência de um condutor forte para os negócios, o que acabou por manter a disposição para uma correção, que vem se mostrando mais firme desde a recepção negativa do IPCA de junho na terça-feira. “A leitura de operadores é de que os prêmios na curva de juros parecem ter se esgotado, encontrando um piso no ponto dos 10%”, assinala a equipe da Levante Investimentos.
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Em Wall Street, a melhora do sentimento do consumidor e o aumento da expectativa de inflação nos Estados Unidos na preliminar de julho, apurados pela Universidade de Michigan, pressionaram para cima os rendimentos dos títulos norte-americanos, fortalecendo a aposta de alta de juro na reunião do Federal Reserve de julho, mas, na opinião do gestor da Integral Investimentos Marcos Iório, o ajuste técnico foi o principal catalisador para os DIs hoje. “A curva vem fechando muito desde fevereiro, com as reformas andando e a melhora do cenário para a inflação, e agora o mercado realiza”, disse.
Com o recesso do Congresso na próxima semana e a agenda de indicadores mais esvaziada, o mercado tem argumento para esticar um pouco mais a correção ou vai operar em banho-maria, ao menos até a divulgação do IPCA-15 de julho, no dia 25. “É o principal dado antes do Copom”, lembrou Iório.
Pelo lado da atividade, as vendas do varejo restrito caíram 1% em maio ante abril, ante piso das estimativas de queda de 0,8%, e as do ampliado recuaram 1,1%, mais do que indicava a mediana negativa de 0,7%, embora dentro do intervalo previsto de -2,2% a +0,3%. O descolamento ante o consenso das estimativas não foi suficiente para interferir no desempenho das taxas nem no quadro de apostas para a Selic.