Os juros futuros ficaram perto da estabilidade nos vencimentos de curto prazo, enquanto os demais recuaram, com a curva retomando o movimento de “flattening” abandonado ontem. O alívio nos prêmios de risco veio do exterior, mais precisamente do forte fechamento da curva dos Treasuries e da queda generalizada do dólar, após o relatório de emprego nos EUA ter reforçado a percepção de que o Federal Reserve fará uma pausa no ciclo de aperto monetário na reunião de setembro. As taxas curtas tiveram oscilação mais limitada pelo compasso de espera pela ata do Copom, na terça-feira.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,470%, de 12,447% ontem, e a do DI para janeiro de 2025, em 10,48%, de 10,46%. Ainda no miolo, a taxa do DI para janeiro de 2026 se mantinha abaixo de 10%, a 9,93% (9,96% ontem). O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 10,07%, ante 10,10% ontem no ajuste. A do DI para janeiro de 2029 cedeu de 10,58% para 10,53%.
No balanço da semana do Copom, os DIs devolveram prêmios mais ou menos em bloco, com longas e curtas caindo em torno de 15 pontos-base, em relação aos níveis da última sexta-feira. Se ontem o ganho de inclinação da curva, especialmente pela pressão de alta na ponta longa, foi provocado em parte pelo exterior, hoje esse mesmo ambiente internacional foi quem ajudou os juros a recuarem por aqui. O yield da T-Note de dez anos voltava a 4,04% no fim da tarde, enquanto o retorno do T-Bond de 30 anos estava abaixo de 4,20%.
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“O gatilho é externo, com o payroll surpreendendo para baixo pelo segundo mês consecutivo”, resume o economista-chefe do PicPay, Marco Caruso, lembrando que o Federal Reserve vinha colocando muito peso nos dados de mercado de trabalho em seus discursos “hawkish”. “A chance de alta de juro nos EUA em setembro já era baixa e caiu mais. A leitura é que os bancos centrais dos países desenvolvidos estão chegando ao teto”, complementou.
Foram criados 187 mil postos de trabalho nos EUA em julho, ante consenso de 205 mil, e dados dos meses anteriores foram revisados para baixo. Do ponto de vista das apostas para a política monetária, esse recorte parece ter prevalecido ante o do aumento acima do esperado dos salários e da queda do desemprego.
Nesse contexto, o mercado acabou deixando hoje em stand by o desconforto visto ontem com a piora de percepção de risco inflacionário após o corte de 0,5 ponto porcentual, que muitos no mercado consideraram “mal explicado” no comunicado. Por isso, é grande a expectativa pela ata do Copom.
“A despeito do comunicado ser enfático ao se comprometer com a manutenção no mesmo ritmo de 50 pontos, a aposta de 75 pontos para alguma decisão do Copom entre setembro e dezembro ficará na curva”, estima o sócio gestor e economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, que vê probabilidade mais elevada de que a taxa básica possa atingir um dígito até o final de junho de 2024, dada a previsão de chegada de mais dois diretores para intensificar a ala dovish.
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