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Juros: taxas terminam de lado após ata do Copom

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) também foi divulgado nesta terça

Juros: taxas terminam de lado após ata do Copom
(Foto: Envato Elements)

Os juros futuros encerraram a sessão de lado, com viés de alta em alguns contratos. O efeito da ata do Copom, divulgada antes da abertura, se sobrepôs ao IPCA-15 de junho em linha com o consenso dos analistas, mas começou a perder força ainda pela manhã. O documento ratificou as expectativas de que viria mais “dovish’ do que o comunicado, não só consolidando as apostas de que o corte da Selic começará em agosto, como levando a crescimento da expectativa de que seja inaugurado com 50 pontos-base.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,98%, de 12,995% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 passou de 10,96% para 10,97%. A taxa do DI para janeiro de 2027 fechou em 10,32%, de 10,31% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2029 terminou a 10,64% (de 10,60%).

A ata ditou a dinâmica do mercado na primeira etapa dos negócios, mas ainda assim em reação moderada à suavização do tom ante o comunicado, que não havia dado indicações de quando seria aberto o ciclo de afrouxamento monetário. Mas a ata foi clara ao afirmar que, apesar da divergência entre os membros sobre o grau de sinalização em relação aos próximos passos, a avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário e de queda das expectativas podem permitir “acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”.

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Para o Itaú Unibanco, o texto aponta “claramente para uma flexibilização mais cedo, ou seja, na reunião de agosto”. O banco antecipou sua previsão de início do processo de queda da Selic de setembro para agosto, com 25 pontos, e agora espera quatro, e não mais três, cortes que levarão a taxa a 12,25% no fim de 2023.

No DI futuro, a curva apontava 32 pontos-base de redução da taxa básica em agosto, o que significa 72% de probabilidade de 25 pontos e 28% de chance de que seja de 50 pontos, contra 88% e 12% ontem, respectivamente. Para o fim de 2023, a projeção está em torno de 12%.

Apesar da ata bastante explícita e do movimento das apostas, o impacto na curva foi limitado. Sérgio Silva, gestor de portfólio da Tenax Capital, explica que o mercado já vem antecipando o início do ciclo de queda da Selic há bastante tempo, embutindo um orçamento total de 450 pontos de alívio. “O mercado nunca esteve tão à frente numa antecipação de ciclo. É muito difícil que vá além disso”, afirma.

O IPCA-15, que desacelerou fortemente de 0,51% em maio para de 0,04% em junho, é mais um requisito atendido na lista das variáveis do Copom, ao reforçar o “processo desinflacionário”, mas não foi capaz de provocar grandes movimentos nos DIs, até porque os preços de abertura não agradaram, com resiliência da inflação subjacente em níveis elevados.

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Como efeito da leitura da política monetária, os vencimentos longos tiveram uma postura mais rígida, oscilando majoritariamente com viés de alta durante a sessão, num dia de abertura da curva americana e ajuste para cima no dólar. “É natural que tenhamos a curva mais positivamente inclinada”, avalia Silva, da Tenax.

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