Os juros longos dos Treasuries caíram nesta sexta-feira, enquanto os da T-note de 2 anos oscilaram para baixo mas mantiveram viés de alta na maior parte do dia. O movimento ocorre após dados dos Estados Unidos indicarem desaceleração da inflação, sinalizando ao Federal Reserve (Fed) que o aperto monetário já está sendo sentido na economia – mas não a ponto de desfazer a aposta majoritária do mercado de que haverá pelo menos mais uma alta na taxa básica em julho.
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No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos caía a 4,866%; o da T-note de 10 anos recuava a 3,806%; e o do T-bond de 30 anos tinha queda a 3,842%.
Os rendimentos subiam pela manhã, mas o fôlego começou a arrefecer após a divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), indicador de inflação preferido do Fed, que mostrou avanço de 3,8% na taxa anual em maio, em linha com a previsão de analistas da FactSet e abaixo da leitura de abril de 4,3% ao ano. O crescimento anual do núcleo do PCE desacelerou de 4,7% a 4,6% no mesmo período, abaixo da projeção de 4,7%.
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A leitura final do índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan de junho corroborou o movimento no fim da manhã, ao revelar queda nas expectativas para inflação de 1 ano e 5 anos maior que a esperada. Assim, os juros dos Treasuries ficaram mistos no início da tarde.
Para o mercado, no entanto, o aumento da taxa básica de juros do Fed neste ano ainda parece certo. A High Frequency Economics comentou que a desaceleração dos gastos com consumo e do PCE é boa notícia para o banco central, mas “não deve mudar a trajetória de curto prazo da política monetária dos EUA“.
A Capital Economics disse que os dados não impedem que o BC americano eleve os juros na decisão de julho, mas que o próximo aperto deverá ser o último do ciclo. Já o Citi mantém a sua projeção de um aumento de 50 pontos-base na taxa do fed funds, provavelmente em julho e setembro.
Por volta das 17h10, a probabilidade de o Fed determinar um aumento de 25 pontos-base era de 84,3% contra chance de 89,3% ontem, segundo o monitoramento do CME Group. Para dezembro, a aposta majoritária (50,1%) ainda era que a taxa termine o ano na faixa entre 5,25% e 5,50%, acima da atual de entre 5,00% e 5,25%.
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