Os juros dos títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano (Treasuries) recuaram aos níveis mínimos em três meses nesta terça-feira (5), depois que o relatório Jolts nos EUA sugeriu arrefecimento do mercado de trabalho e reforçou a aposta por relaxamento monetária agressivo do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) no ano que vem.
No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos cedia a 4,578%. Já o da T-note de 10 anos baixava a 4,186% e o do T-bond de 30 anos caía a 4,303%, depois de terem atingido os maiores níveis desde setembro nas mínimas do dia.
A abertura de postos de trabalho nos EUA caiu para 8,7 milhões em outubro, conforme mostrou o Jolts no final da manhã. O resultado relegou ao segundo plano duas leituras de índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços do país, que apontaram resiliência do setor.
Assim, a curva futura ampliou a expectativa por cortes de juros do Fed a partir de março do ano que vem, como indicou a plataforma de monitoramento do CME Group.
“Com sinais que apontam para uma queda mais acentuada no crescimento salarial no futuro, o Fed pode ter a certeza, antes da sua reunião da próxima semana, de que as pressões inflacionárias do mercado de trabalho estão a se dissipando”, afirmou a Capital Economics.
O BMO Capital Markets avalia que o Jolts trouxe mais um indício da efetividade da política monetária em esfriar a economia e trazer o mercado de trabalho a um quadro de maior equilíbrio. Agora, a expectativa é pela divulgação do relatório da ADP, que estimará o emprego no setor privado dos EUA amanhã. “A divulgação do ADP de quarta-feira (6) ajudará no processo de precificação das expectativas para o payroll na sexta-feira (8)”, prevê.