(Gabriel Bueno da Costa) – Presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Minneapolis, Neel Kashkari ressaltou hoje a importância para a instituição neste momento de conter a inflação. Segundo ele, mesmo com uma eventual recessão, o foco do Fed continuará a ser controlar a trajetória dos preços. Nesse quadro, ele disse que o cenário mais provável é “elevarmos os juros e deixá-los ali”, sendo “muito improvável” um corte de juros já em 2023.
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Kashkari participou de sessão de perguntas e respostas no evento Journal of Financial Regulation Conference, da Universidade de Columbia, em Nova York. Na avaliação dele, o Fed está “respondendo de modo bastante agressivo” à inflação elevada. Há ainda um “grande choque inflacionário” que acontece pelo mundo, notou o dirigente, que argumentou pela importância de que a inflação elevada não perdure e se torne mais arraigada na economia, já que isso traria um custo maior para contê-la. O dirigente também disse que, segundo os melhores dados disponíveis, as expectativas de inflação “seguem ancoradas”.
Na avaliação do presidente do Fed de Minneapolis, deve levar “vários anos” para que a inflação retorne à meta de 2% nos EUA.
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Kashkari falou ainda sobre o sistema financeiro. Na avaliação dele, os grandes bancos dos EUA precisam de mais capital, mas essa elevação teria de passar por legislação do Congresso para determiná-la. Questionado sobre uma eventual moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) do Fed, ele disse que o assunto continua a ser estudado, mas se posicionou como “bastante cético” sobre a iniciativa.
Mesmo se dizendo “não convencido” sobre a eventual emissão de uma CBDC pelo Fed, ele disse que é importante monitorar a questão. O dirigente mencionou o fato de que, com uma moeda virtual do tipo, um governo poderia ter acesso aos registros de cada transação de uma pessoa, uma ameaça à privacidade em uma democracia.