A Legacy Capital avalia que a probabilidade de que o Federal Reserve (Fed, o BC americano) já tenha encerrado o ciclo de alta de juros aumentou, em vista de dados recentes que indicam uma desaceleração econômica nos Estados Unidos. De olho no que isso implica para outros países, a gestora aumentou as posições aplicadas (que apostam na queda) em juros e tomadas (que apostam na alta) em inclinação das curvas em diversas geografias.
“Após três trimestres de crescimento forte, a economia dos Estados Unidos parece estar, na passagem do 3T23 para o 4T23, finalmente, desacelerando de forma mais nítida”, afirmou a equipe de gestão da Legacy, em carta mensal.
O documento destaca uma dinâmica menos favorável para a criação de empregos à frente, após queda de vagas em aberto e de pedidos voluntários de demissão em julho e alta da taxa de desemprego em agosto. Enquanto isso, os índices de preço mostram que “a desinflação segue seu curso”.
“A evolução do quadro, especialmente no que se refere à desaceleração do mercado de trabalho, muda, na nossa visão, a perspectiva para a política monetária nos Estados Unidos. A probabilidade de que o Fed já tenha encerrado o ciclo de alta de juros, na nossa opinião, aumentou”, afirma a Legacy.
Com isso, a gestora diz que pausas e/ou encerramentos nos ciclos monetários do Canadá, Europa, Austrália e Reino Unido “tornam-se mais prováveis”; no México, aumenta a probabilidade de início do ciclo de cortes ainda em 2023; e, no Brasil, o término do ciclo de alta do Fed “ajuda a construir condições para a aceleração do ritmo da queda de juros”.
Segundo a carta mensal, outra mudança da carteira com base nesse cenário é o restabelecimento da posição comprada (que aposta na alta) em ouro. “Seguimos com posições long/short em bolsa externa, defendendo, com o índice, a carteira, concentrada em empresas de alta qualidade e que apresentam boa perspectiva de crescimento de lucros à frente”, acrescenta a carta.
Aposta na alta da Bolsa brasileira
No Brasil, a Legacy informa manter uma “exposição liquidamente comprada em Bolsa e crédito locais, mirando o bom momento da economia, a desaceleração da inflação, o ambiente externo favorável e os efeitos da queda dos juros nos ativos locais”.
A gestora avalia que, no plano fiscal, a manutenção da meta de déficit primário em zero, para 2024, foi “um desenvolvimento positivo”. Já em relação ao crescimento do País, a Legacy revisou a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 para 2,8% e manteve a projeção de 2024 em 1%.
Resultado em agosto
Em agosto, o Legacy Capital B FIC ficou estável (+0,02%), ante 1,14% do CDI. Segundo a carta, as posições de valor relativo e crédito contribuíram positivamente para o resultado, enquanto houve perdas em posições aplicadas em juros, compradas em Bolsa local e em long/short em bolsas internacionais.