Por Altamiro Silva Junior – O Nubank anunciou hoje lucro líquido ajustado de US$ 17 milhões no segundo trimestre, praticamente o mesmo nível de igual período de 2021, com US$ 17,2 milhões. Quando se considera o resultado contábil, sem ajustes, o banco digital teve prejuízo de US$ 29,9 milhões entre abril e junho, acima dos US$ 15,2 milhões do mesmo período de 2021. Considerando só o Brasil, maior mercado para a fintech, a operação passou a ficar no azul este ano, com lucro líquido contábil de US$ 13 milhões no primeiro semestre.
O banco digital chegou a 65,3 milhões de clientes, um salto de 57% em 12 meses, considerando os negócios no Brasil, Colômbia e México, os três países onde atua. No crédito, ficou mais conservador nos últimos meses nas linhas de empréstimo pessoal. A carteira total chegou a US$ 9,2 bilhões, expansão de 4,5% em um trimestre. A inadimplência, que os analistas previam que fosse dar um salto na fintech, por conta da alta dos juros, ficou praticamente estável, em 4,1%, considerando os atrasos acima de 90 dias e a operação no Brasil.
Ao final de março, a taxa de calotes estava em 4,2% e há 12 meses, ao final de junho de 2021, em 2,9%. A taxa para atrasos entre 15 a 90 dias também ficou estável, em 3,7%. “Damos limites muito baixos”, disse ao Broadcast o CEO e fundador do Nubank, David Vélez. “Estamos anunciando talvez o melhor trimestre da nossa história”, afirmou Vélez. “Houve um avanço em todas as nossas métricas, com crescimento na base de clientes, nos três países onde estamos”, completou. Segundo ele, o Nubank hoje já é o maior emissor de cartões de crédito no Brasil, e maior também no México e Colômbia. “São 65 milhões de clientes com mais de 80% de ativação.” A receita do banco digital pela primeira vez superou a marca de um bilhão em um único trimestre, batendo em US$ 1,2 bilhão, um salto de 230% em 12 meses, excluindo o efeito da variação cambial, de acordo com o balanço.
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Só os clientes do banco movimentaram US$ 20 bilhões com os cartões roxinhos entre abril e junho, alta de 94% ante o mesmo período de 2021. “A margem financeira tem mostrado clara expansão, de quase 5% há 12 meses para 9,7%. Estamos conseguindo passar o aumento de juros para os clientes”, disse Vélez. Ao mesmo tempo, com medidas como a anunciada recentemente, em que o Nubank só vai remunerar os clientes que deixarem recursos na conta a partir de 31 dias, a fintech está conseguindo aumentar sua margem neste ambiente de juros mais altos, explicou o Vélez. “Em ambiente onde nossas margens aumentam, vemos claramente indicadores positivos sobre a saúde financeira do negócio”, completou. Receitas Uma das medidas mais monitoradas em fintechs, a receita média por cliente ativo (ARPAC na sigla em inglês), um indicador que mostra se o banco está fazendo dinheiro – monetizando – com seus clientes, cresceu 105% em um ano no Nubank, a US$ 7,8, em média.
Analistas esperavam que fosse ficar em US$ 7,5. Para o diretor financeiro do Nubank, Guilherme Lago, considerando os clientes mais antigos, o ARPAC chega a US$ 20. Segundo a fintech, o Nubank é considerado como o banco principal para mais de 55% dos clientes que estão há mais de um ano com a companhia. Já o Custo Médio Mensal de Atendimento por Cliente Ativo totalizou US$ 0,8, permanecendo estável em relação ao mesmo período do ano anterior, excluindo a variação cambial.
No crédito pessoal, Lago conta que o banco aumentou os juros, o que compensou o aumento do custo de captação do banco digital. Na inadimplência, o executivo avalia que o ciclo de normalização pode estar chegando ao final, após um período de baixa taxa de calotes durante a pandemia de covid. A estabilidade do indicador para períodos curtos – de 15 a 90 dias – pode ser um indício desse movimento. Do total de 65 milhões de clientes do banco, 62,3 milhões estão no Brasil, crescimento de 51% em 12 meses.
Já a base de clientes de empresas pequenas e médias cresceu 150% em 12 meses, subindo para 2 milhões. Nos produtos, o cartão roxinho do banco tem 29 milhões de clientes ativos, enquanto 45 milhões possuem conta corrente, a NuConta. No empréstimo pessoal, são 4 milhões de clientes e em seguros, 700 mil.
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