Ações do Magazine Luiza (MGLU3) derretem após balanço do primeiro trimestre. Foto: Adobe Stock
As ações do Magazine Luiza (MGLU3) estão entre as maiores perdas do Ibovespa nesta sexta-feira (9). Às 15h19, os papéis tombam 7,32% a R$ 8,36, depois de já terem oscilado entre máxima a R$ 8,89 e mínima a R$ 7,91. O movimento acontece após a empresa ter divulgado o seu balanço do primeiro trimestre de 2025.
No período, a companhia registrou lucro líquido de R$ 12,8 milhões, o que representa uma queda de 54,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. No resultado ajustado, que desconsidera efeitos não recorrentes, o lucro foi de R$ 11,2 milhões, recuo de 62,5% na comparação anual.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado avançou 10,3% na base anual, alcançando R$ 758,8 milhões, enquanto a margem Ebitda subiu para 8,1%, um dos melhores patamares históricos para um primeiro trimestre, ante 7,4% um ano antes. Já a receita líquida somou R$ 9,389 bilhões, com crescimento de 1,6% em relação ao primeiro trimestre de 2024.
Para o Goldman Sachs, os resultados do primeiro trimestre do Magalu ficaram amplamente em linha com as expectativas no nível de Ebitda. O banco pondera, no entanto, que as despesas financeiras elevadas continuaram pressionando o lucro líquido, o que evidencia a necessidade de a administração focar na desalavancagem no curto prazo antes de voltar sua atenção para encontrar um equilíbrio sustentável entre crescimento geral (incluindo o on-line) e lucratividade. O Goldman manteve recomendação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 10,5.
Analistas do Citi também consideraram que o lucro líquido de R$ 12,8 milhões reportado pela varejista veio inferior às expectativas. O banco projetava um lucro de R$ 69 milhões. Os estrategistas ainda destacaram que as vendas on-line apresentaram queda e que as despesas financeiras aumentaram.
“Ainda esperamos um crescimento on-line limitado, com o aumento das despesas financeiras levando a um resultado financeiro pior do que o esperado. Portanto, devemos ver revisões de lucros”, afirmou o analista do Citi, João Pedro Soares, em relatório. O banco manteve a recomendação de venda para as ações do Magalu, com preço-alvo de R$ 7,70.
Já o BTG Pactual espera que a varejista ainda enfrente pressões, devido ao crescimento mais lento do GMV (volume bruto de mercadorias) on-line – dado seu foco em categorias cíclicas como eletrônicos e eletrodomésticos, além de um cenário de forte competição no canal digital –, ao impacto das taxas de juros elevadas sobre os resultados da Luizacred e ao alto custo de captação para antecipação de recebíveis, o que afeta o resultado financeiro e o lucro líquido.
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“Reconhecemos que os juros elevados nos próximos trimestres devem continuar pressionando tanto a receita quanto o lucro da companhia. No entanto, os últimos trimestres mostraram uma tendência de melhora na lucratividade – e no fluxo de caixa livre –, o que sustenta nossa recomendação de compra”, ressalta o BTG, que tem preço-alvo de R$ 14 para MGLU3.
O Santander, por sua vez, enxergou que o balanço foi “misto”, com o crescimento fraco da receita compensado por uma surpresa positiva na lucratividade, especialmente devido ao forte desempenho da Luizacred, que impulsionou o Ebitda em mais de 10% na base anual, superando as estimativas do banco. “Ainda assim, o consumo de caixa aumentou na comparação anual, impulsionado por maiores necessidades de capital de giro”, destaca, reiterando recomendação neutra e preço-alvo de R$ 10,60 para os papéis.
O Magazine Luiza registrou um consumo de caixa operacional de R$ 671 milhões no período, valor acima do consumo de R$ 40 milhões no mesmo trimestre de 2024. Já as despesas financeiras totalizaram R$ 315 milhões, versus os R$ 277 milhões estimados pelo Santander e os R$ 198 milhões reportados no mesmo período do ano passado.