As ações do Magazine Luiza (MGLU3) disparam nesta quinta-feira (22), entre as maiores altas do Ibovespa. Às 14h44, os papéis saltam 5,65% a R$ 9,73, oscilando entre máxima a R$ 10,08 e mínima a R$ 9,20. Enquanto isso, o principal índice da B3 avança 0,52% aos 138.592,06 pontos.
Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos, explica que a alta está relacionada à recomendação de compra emitida pelo banco americano Jefferies, que destacou o potencial de valorização dos papéis. “A expectativa de queda da inflação e a expectativa de cortes futuros na taxa Selic também favorecem empresas do setor varejista, que são sensíveis às condições econômicas”, afirma.
Rodrigo Vignoli, sales de renda variável da InvestSmart XP, ressalta que, apesar dos resultados fracos no primeiro trimestre de 2025, divulgados no começo de maio, o mercado absorveu as perspectivas de recuperação das vendas e das margens ao longo do ano, respaldadas pelo relatório otimista do banco.
“Além disso, a possível queda nos juros, com expectativas de maior controle fiscal e uma postura menos restritiva do Banco Central, beneficia empresas cíclicas como a Magazine Luiza, ao reduzir custos financeiros e estimular o consumo. Esse contexto tem atraído investidores para o setor, favorecendo a alta da MGLU3, que já acumula uma valorização de mais de 50% no ano”, sinaliza ainda.
Nesta quinta-feira, o Jefferies iniciou a cobertura das ações do Magazine Luiza com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 13,60, o que representa um potencial de valorização de 47% frente ao fechamento de quarta-feira (21), então a R$ 9,21. Para os analistas da casa, a empresa é uma das melhores opções na Bolsa brasileira para quem aposta em um ciclo de queda da Selic. “Estimamos que uma redução de 1,0 ponto percentual nos juros poderia aumentar o lucro antes dos impostos (EBT) em 166%”, dizem.
O banco avalia que a dinâmica de vendas está fraca, mas deve melhorar com a expansão do crédito e novas iniciativas. Já as margens podem apresentar leve melhora mesmo sem investimentos relevantes em capital, impulsionando maiores retornos sobre o capital investido (RoIC). O Jefferies vê também que a alavancagem e as altas taxas de juros ainda pressionam o resultado final, mas pondera que o processo de desalavancagem vem se concretizando. O indicador passou de 12,7 vezes o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no primeiro trimestre de 2022 para 4,5 vezes atualmente.
Outro ponto positivo, na visão do banco, é o valuation atrativo do Magalu, que está próximo das mínimas históricas, com múltiplo EV/EBITDA – indicador que relaciona o valor da companhia (EV) e o seu Ebitda – de 6,3 vezes para 2025.
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O Jefferies destaca ainda iniciativas estratégicas, como a parceria com o AliExpress, a expansão do MagaluBank (braço financeiro da companhia) e os aportes na Luizacred, uma Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento (SCFI), mais conhecida como financeira. Novos negócios como o Magalu Ads, plataforma de anúncios, e o Magalu Cloud, empresa de nuvem do Magazine Luiza, também foram lembrados pelo banco.
Para o Jefferies, esses esforços elevarão a receita de serviços da empresa de 9,7% para 13% das receitas líquidas até 2030, o que impulsionará a lucratividade, já que os serviços possuem margens operacionais mais altas. “Por isso, diferimos do mercado ao acreditar que as margens brutas e os retornos melhorarão progressivamente”, avalia em relatório.
O banco reforça que outros catalisadores potenciais poderiam reforçar a recomendação de investimento. Um deles seria a queda das taxas de juros, que reduziria as despesas financeiras e estimularia o crescimento do Volume Bruto de Mercadorias (GMV), aumentando o resultado final da varejista. Um impulso na carteira de crédito da Luizacred também ampliaria tanto os resultados financeiros quanto as vendas do varejo do Magalu, na visão do Jefferies.