O mercado financeiro hoje opera cauteloso às vésperas da posse de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e ainda digerindo as notícias sobre tarifas e gastos do futuro governo em meio a uma agenda econômica mais enxuta desta sexta-feira (17). Aqui, os destaques ficam com entrevista ao vivo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à CNN e reunião trimestral de diretores do Banco Central (BC) com economistas.
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No exterior, o resultado da produção industrial americana e as projeções para a economia global do Fundo Monetário Internacional (FMI) devem guiar também os negócios. Os dados serão divulgados a partir das 11h.
As medidas protecionistas que devem ser abordadas pro Trump alimentam um sentimento de aversão ao risco que já teve efeitos no preção de ontem, por exemplo, quando as bolsas de Nova York fecharam em queda ao reagirem às falas de Scott Bessent, futuro secretário do Tesouro dos EUA.
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Já no mercado doméstico, a entrevista com Haddad acontece a partir das 15h. A reunião trimestral do BC será com os diretores Diogo Guillen (Política Econômica) e Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos).
O que movimenta o mercado hoje?
Posse de Trump e políticas protecionistas: o que o mercado teme?
O Produto Interno Bruto (PIB) da China aumentou 5% em 2024, atingindo a meta de crescimento do governo, as vendas no varejo e produção industrial no país em dezembro também superaram as previsões dando impulso às bolsas chinesas e ajudando a puxar o petróleo e os mercados de ações europeus.
O euro hesita e libra recua frente o dólar, após decepção com as vendas no varejo no Reino Unido e expectativas de flexibilização monetária pelo Banco Central Europeu (BCE) e Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês).
Nos Estados Unidos, os futuros das bolsas em Nova York sobem em meio a uma ampliação da queda dos juros dos Treasuries (títulos públicos americanos), que já vem cedendo nos vértices curtos e médios nas últimas três sessões, após dados de atividade e inflação mais benignos e comentários de Christopher Waller, do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), sugerindo possíveis cortes de juros em 2025.
Esse é o último pregão antes da posse de Trump na Casa Branca. Com a ameaça de taxação a importações americanas no radar, o vice-presidente da China, Han Zheng, participará da cerimônia de posse do presidente eleito, em Washington, como representante especial do presidente Xi Jinping.
Alta do petróleo e do minério de ferro
O petróleo sobe nesta sexta-feira, após rodada de dados de atividade, indústria, varejo e moradias da China oferecerem novos sinais sobre a recuperação econômica do país, conhecido como maior importador de commodities do planeta. Ainda, segundo o Swissquote, o mercado de energia pondera sobre os impactos de sanções comerciais sobre a oferta do petróleo no mercado internacional, ante relatos sobre possível ampliação de restrições dos EUA contra outros países depois que Donald Trump assumir a presidência na segunda-feira.
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No entanto, os ganhos da commodity são limitados após o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciar que o acordo de cessar-fogo e libertação de reféns em poder do Hamas na Faixa de Gaza foi alcançado, na manhã de hoje (pelo horário local).
Já o contrato mais negociado do minério de ferro subiu de preço no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, para maio de 2025, com fechamento em alta de 1,71%, cotado a 803,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 109,59.
Reforma tributária: impacto dos vetos de Lula no mercado financeiro
O apetite por ativos de risco com dados da China, alta do petróleo e do minério de ferro indicam abertura positiva para o Ibovespa hoje. Os juros futuros também podem se beneficiar do alívio na curva de Treasuries, após as taxas subirem ontem, impulsionando ações mais sensíveis à economia global. No entanto, o dólar pode ficar instável, diante dos dados chineses melhores e as incertezas sobre o impacto das políticas protecionistas da nova gestão americana.
Os investidores do mercado brasileiro devem analisar ainda o potencial efeito dos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reforma tributária. A lei complementar 214, que regulamenta o tema, foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. Também foi oficializada a mensagem de vetos ao Congresso Nacional. Haddad afirmou que não há polêmica quanto aos vetos e disse que a Fazenda trabalhará ainda este ano na regulamentação do imposto seletivo.
Veja aqui mais notícias sobre o mercado financeiro hoje.
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*Com informações do Broadcast