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Economistas veem otimismo exagerado no mercado sobre cortes de juros do Fed

A avaliação contraria a renovada aposta de investidores por um relaxamento monetário agressivo nos EUA

Economistas veem otimismo exagerado no mercado sobre cortes de juros do Fed
Edifício do Federal Reserve nos EUA, em Washington DC (Foto: Envato Elements)

A renovada aposta de investidores por um relaxamento monetário agressivo nos Estados Unidos contraria a avaliação de economistas. Analistas, no geral, concordam que o ciclo de aumento de juros terminou, mas consideram improvável que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) entregue um corte acumulado de 1,25 ponto porcentual a partir de março, conforme sugere a curva futura.

Embora o presidente do banco central americano, Jerome Powell, tenha evitado declarar vitória prematura contra a inflação, os rendimentos dos títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano (Treasuries) recuaram a mínimas em mais de três meses na última sexta-feira (1). O ímpeto se reverteu nesta segunda-feira (4), enquanto crescem os questionamentos quanto à posição do mercado.

Principal assessor econômico da Allianz, Mohamed El-Erian acredita que o Fed reduzirá a taxa básica no ano que vem, mas adotará uma postura mais cautelosa do que operadores esperam. “A não ser que você acredite que os EUA entrarão em recessão, e se você acredita que haverá recessão, as ações não deveriam estar onde estão. Acho que o Fed será muito cauteloso”, afirmou, em entrevista à CNBC.

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A Oxford Economics também enxerga “otimismo exagerado” nas expectativas vigentes nas mesas de operações. Para a consultoria britânica, o arrefecimento dos preços de energia se tornarão menos relevante para as perspectivas inflacionárias e cederão espaço para as perspectivas do mercado de trabalho.

Assim, a instituição projeta apenas dois cortes de juros do Fed em 2024, com o primeiro no terceiro trimestre. “Nossa previsão aponta para uma desaceleração do crescimento no 1º semestre de 2024, seguido por uma moderação adicional nas contratações e no crescimento salarial no segundo semestre, antes que o Fed se sinta confortável o suficiente para aliviar as taxas”, destaca.

O Barclays se diz “cético” em relação à ideia de que o ritmo firme de retração inflacionária se sustentará, uma vez que o mercado de trabalho permanece forte e a demanda agregada, robusta. Para o banco britânico, a diminuição inaugural da taxa básica do Fed virá apenas em dezembro.

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