Os contratos futuros de metais voltaram a ceder nesta terça-feira (3), com o cobre chegando a testar patamar não registrado desde o fim de maio, após dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos ampliarem a apreensão sobre a permanência de políticas monetárias contracionistas, o que deu suporte às taxas de juros e ao dólar. A perspectiva de mais taxas de juros têm sustentado o dólar, o que é um vento contrário para os preços das commodities, que são fixados na moeda americana, segundo analistas. Mesmo com a queda, o Bank of America diz que segue otimista em relação aos preços de alguns metais.
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Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o cobre com entrega prevista para dezembro cedeu 0,56%, a US$ 3,6210 por libra-peso. Na London Metal Exchange (LME), a tonelada do metal para três meses recuava 0,66% por volta de 14h40 (de Brasília), a US$ 8.012,00, após cravar mínima intradiária de US$ 7.956,50. Foi a primeira vez que o metal foi negociado abaixo de US$ 8.000 desde o fim de maio.
Outros metais industriais também computavam perdas na LME. O alumínio cedia 1,40%, a US$ 2.292,50. O contrato do zinco tinha queda de 2,78%, a US$ 2.518,50. A tonelada do chumbo caía 0,75%, a US$ 2.126,00. O níquel perdia 0,66%, a US$ 18.675,00. Na direção oposta, o contrato do estanho subia 0,50%, a US$ 23.915,00.
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Uma surpresa com a criação de postos de trabalho acima do esperado nos Estados Unidos, revelada pelo relatório Jolts, deu novo ímpeto aos rendimentos dos títulos de 10 e 30 anos, que chegaram aos maiores níveis em 16 anos nesta terça-feira.
O Bank of America está otimista em relação a várias commodities, segundo relatório com data de 2 de outubro e assinado pelo time de pesquisa global de commodities, como Danica Averion, Michael Widemer e outros analistas. O banco prevê um valor de US$ 8.788 por tonelada do cobre no fim de 2023 e de US$ 9.750 no fim de 2024. Para o banco, a demanda na China tem sido desigual, mas os gastos com redes de infraestrutura compensaram totalmente o enfraquecimento do setor imobiliário. Na visão da instituição, a demanda deve ter ficado mais equilibrada em 2023 e pode ficar sustentada. Para o níquel, as projeções do banco são de US$ 22.063 por tonelada no fim deste ano e de US$ 21.250 para o fim de 2024, projetando uma condição de oferta superior à demanda em 2023, mas déficit nos anos subsequentes.
Para o alumínio, os prognósticos são de US$ 2.353 tonelada no fim de 2023 e de US$ 2.875 por tonelada em 2024. “As empresas de fundição da China continuam sob pressão devido à escassez de energia hidrelétrica, mas estão agora retomando alguma capacidade. Ao mesmo tempo, a procura deverá aumentar e as exportações, provavelmente, permanecerão limitadas”, pondera o banco, que espera déficits crescentes das condições do mercado de alumínio no futuro.