(Estadão Conteúdo) – O ouro fechou em leve alta nesta quarta-feira, impulsionado pela queda dos juros longos dos Treasuries. O movimento, porém, não teve tanta força, diante de sinalizações hawkish de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e indicadores fortes nos Estados Unidos, que fortaleceram o dólar ante rivais, tornando os contratos do metal mais caros a operadores que negociam com outras divisas.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro avançou 0,02%, a US$ 1.814,50 a onça-troy.
Além da pressão do câmbio, a renda fixa também chegou a enfraquecer o ouro mais cedo, de acordo com o analista da Oanda Edward Moya. Os juros dos Treasuries subiram em resposta ao discurso do vice-presidente do Fed, Richard Clarida, e a leitura do Instituto para a Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) do índice de gerentes de compras do setor de serviços americano em julho. Os retornos voltaram ao território negativo, porém, dando suporte ao metal precioso.
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Durante evento do Peterson Institute, Clarida disse esperar que as condições para uma elevação dos juros nos EUA podem ser atingidas já no fim de 2022. O dirigente ainda afirmou que defenderá o início do “tapering”, como é chamado o processo de retirada gradual dos estímulos, ainda este ano, caso suas projeções para a economia do país se confirmem.
Por fim, Clarida ainda projetou que os EUA chegarão ao chamado pleno emprego buscado pelo Fed até o fim do ano que vem. Hoje, a ADP informou a abertura de 330 mil vagas no setor privado americano em julho, bem abaixo da estimativa de analistas. Para Moya, o ouro deve se consolidar um pouco abaixo da marca de US$ 1,8 mil antes do relatório de empregos (payroll) do mês passado, que será divulgado na próxima sexta-feira (06).
Somando-se aos comentários de Clarida, o presidente da distrital de St. Louis do Fed, James Bullard, reforçou a sua defesa pelo início do tapering já no último trimestre de 2021, com o fim das compras de bônus pelo BC americano no primeiro trimestre do ano seguinte.