O contrato futuro do ouro recuou nesta terça-feira (26). O avanço do dólar pressionou o metal, com investidores também se posicionando para uma perspectiva de manutenção da postura dura do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) na política monetária por mais tempo.
Leia também
O ouro para dezembro fechou em baixa de 0,87%, em US$ 1.919,80 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
O impulso do dólar pressionou o ouro. Neste caso, o metal cotado na moeda americana fica mais caro para os detentores de outras divisas, o que contém a oferta. Na avaliação de Alexander Londoño, analista da ActivTrades, o dólar leva o ouro para mais perto dos US$ 1.900 a onça-troy, mas este nível poderia atuar como suporte, como já ocorreu no passado. Ao observar a média móvel exponencial dos últimos 200 períodos, Londoño diz que não há uma tendência clara para o contrato no médio prazo.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
A Oanda, por sua vez, via o ouro “ainda vulnerável” e também citava a marca de US$ 1.900 como um potencial nível de suporte. A postura hawkish do Fed pressiona o contrato, acrescenta ela. Hoje, o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, defendeu mais uma elevação dos juros, e também que a taxa seja mantida em nível alto, para garantir que se cumpra a meta de inflação.
Em linha similar, o Commerzbank diz que o principal fator por trás do preço do ouro é o fato de que os juros devem seguir mais alto por mais tempo nos EUA. O banco alemão considera que dirigentes fizeram declarações “razoavelmente hawkish na última semana”, o que colaborou para apoiar o dólar. Mas o Commerzbank ainda se diz cético sobre se o Fed irá de fato elevar mais os juros, além de lançar dúvidas sobre se haverá de fato um “pouso suave” na economia. No quadro de incertezas, o banco vê ainda potencial se alta para o ouro no médio prazo. No curto prazo, a marca de US$ 1.900 a onça-troy pode ser testada, afirma, se aumentarem temores com a inflação, em resposta à alta recente dos preços do petróleo e da gasolina e se ao mesmo tempo a economia americana continuar a manter o atual desempenho “razoavelmente robusto”.