O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta quarta-feira (27), refletindo a continuidade do interesse dos investidores diante da expectativa de alívio monetário nos Estados Unidos. O contrato desafiou até mesmo a habitual cautela antes da divulgação do dado de inflação norte-americana na sexta-feira (29), que pode mexer com as projeções sobre o início do ciclo de alívio monetário no país. O Commerzbank disse que a magnitude da alta do metal em março segue como um mistério.
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O ouro com entrega prevista para junho, contrato agora mais líquido, fechou em alta de 0,61%, a US$ 2.212,70 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
O Commerzbank observou que a alta do metal desde o início do mês, de cerca de 10%, segue como um mistério, enquanto o banco endossou, em relatório, a visão de que há potencial limitado para novos ganhos. “É difícil encontrar uma explicação convincente para este avanço. As expectativas de cortes nas taxas de juros dos EUA, que têm sido um fator-chave do preço do ouro ao longo do último ano e meio, aumentaram ligeiramente na primeira quinzena de março, mas não o suficiente para explicar a magnitude da recuperação do ouro”, escreveram analistas.
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O banco também questiona a tese que circula no mercado de que o metal tem refletido a continuidade das compras fortes pela China, particularmente pelo Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês). As compras de quase 400 mil onças pelo PBoC em fevereiro representaram apenas 5% do total de compras do BC em 2023. Além disso, o comércio global de ouro está extremamente líquido, diz o Commerzbank. De acordo com o Conselho Mundial do Ouro, o volume diário de transações no mercado do ouro ronda os US$ 130 bilhões.
“Devido à falta de uma explicação convincente para o aumento do valor do ouro, estamos céticos quanto à possibilidade de o metal precioso conseguir manter os seus ganhos no curto prazo, e muito menos estendê-los ainda mais”, pontuaram.
Nas notícias do setor corporativo ligado ao metal, o destaque ficou com o anúncio de que um acordo definitivo de compra da Argonaut Gold pela Alamos Gold. Como parte da transação, a Alamos adquirirá a mina Magino, da Argonaut, localizada adjacente à sua mina Island Gold em Ontário, no Canadá. “Espera-se que a integração das duas operações crie uma das maiores e mais baratas minas de ouro do Canadá”, segundo o comunicado da Argonaut. A adição de Magino deve elevar a produção combinada de ouro da Alamos para mais de 600.000 onças por ano, com potencial de produção de longo prazo de mais de 900.000 onças por ano.
Com informações da Dow Jones Newswires