
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O Santander (SANB11) prevê que a Minerva (BEEF3) apresente um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, o lucro operacional) de R$ 867 milhões no quarto trimestre de 2024, 6% acima do consenso de mercado compilado pela Visible Alpha. A avaliação consta em relatório divulgado pelo banco nesta terça-feira (25), assinado pelos analistas Guilherme Palhares e Laura Hirata, que mantiveram recomendação neutra para as ações da companhia, com preço-alvo de R$ 7,00 para o fim de 2025.
De acordo com o relatório, o desempenho da empresa no período foi sustentado por uma retração mais lenta do que o esperado nos spreads da carne bovina. No entanto, os analistas destacam que o primeiro trimestre após a aquisição dos ativos da Marfrig (MRFG3) será de ajustes. “No curto prazo, esperamos que as operações comecem em ritmo lento, enquanto a integração ocorre e o volume de abates aumenta ao longo do ano”, afirmaram.
A Minerva assumiu os ativos adquiridos da Marfrig em novembro de 2024. Segundo o Santander, a taxa de utilização da capacidade instalada nesses frigoríficos no quarto trimestre deve ter ficado próxima de 30%, abaixo dos 90% observados nas plantas já operadas pela companhia. Para os próximos meses, o banco projeta um aumento gradual na produção, com expectativa de que a capacidade consolidada no Brasil cresça 40% em 2025, para 1,1 milhão de toneladas.
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Os analistas apontam, ainda, que os novos ativos devem ter maior exposição ao mercado doméstico do que a operação original da Minerva, o que pode resultar em margens menores. O banco avalia que a empresa precisará aumentar sua participação nas exportações para compensar esse impacto. “O mercado brasileiro, que deve representar 70% do lucro bruto da Minerva, enfrenta um cenário desafiador, com alta nos preços do gado e um consumo interno mais fraco, levando a uma migração para proteínas mais baratas, como o frango”, destacou o relatório.
O banco alerta que a valorização recente do real pode pressionar os preços da carne bovina exportada em dólares, enquanto a demanda chinesa segue como uma variável chave. “A questão é se a demanda da China irá se recuperar após dois anos de ampla oferta doméstica para sustentar esses preços elevados”, afirmaram Palhares e Hirata.