Minerva (BEEF3) cai mais de 3% em pregão. Foto: Adobe Stock
Entre os papéis do setor de frigoríficos, as ações da Minerva (BEEF3) registram queda nesta quinta-feira (10) na Bolsa brasileira, repercutindo o anúncio de Donald Trump da tarifa de 50% para produtos brasileiros. No fechamento, os ativos da empresa cederam 1,28% a R$ 5,41. Por outro lado, BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) subiram 2,09% e 6,38%, respectivamente.
Em relatório, a XP Investimentos destacou que, entre as empresas do setor de agronegócio, alimentos e bebidas sob sua cobertura, a Minerva é a mais diretamente impactada pelo anúncio tarifário, dado que aproximadamente 15% de suas receitas brutas dos últimos 12 meses foram geradas por exportações para os Estados Unidos.
“Apesar de acreditarmos que a companhia será capaz de redirecionar volumes para outros mercados, isso provavelmente ocorrerá em detrimento das margens”, avaliam os analistas da XP.
Segundo eles, em junho, o preço médio de exportação do Brasil para os EUA foi de US$ 5.600 por tonelada, frente a US$ 5.494 por tonelada para a China e US$ 5.357 por tonelada para o resto do mundo. “Embora a diferença de preços não seja tão significativa, os EUA são um mercado com margens mais altas, pois o país importa principalmente beef trimmings, cortes de menor valor com preços normalmente inferiores”, destacam.
Em fato relevante, a empresa informou que as exportações brasileiras sujeitas à nova política tributária apresentam impacto potencial máximo ao redor de 5% da receita líquida. “Vale ressaltar que, em linha com a nossa estratégia de diversificação geográfica, a exposição ao mercado dos EUA também ocorre via nossas operações na Argentina, Paraguai, Uruguai e Austrália, o que permite a companhia a maximizar sua capacidade de arbitrar os mercados, reduzindo riscos, alavancando oportunidades e respondendo com eficiência a mudanças de cenário como essa”, disse.
O Goldman Sachs concorda que a empresa tem a maior exposição aos Estados Unidos dentre as companhias do setor. “As vendas da Minerva para os EUA são majoritariamente provenientes do Brasil, mas destacamos que a empresa pode ter capacidade de redirecionar parte desses volumes a partir da Argentina e do Uruguai”, avalia.
Em relação à JBS (JBSS32), o Goldman não enxerga riscos relevantes, já que apenas 4% de sua receita vem de exportações para os Estados Unidos, das quais o Brasil representa uma parte importante, mas não a totalidade. “Essa situação reforça, mais uma vez, os benefícios de operar uma plataforma bem diversificada, que abrange não apenas múltiplos produtos, marcas e destinos, mas também diversas localidades de produção ao redor do mundo”, destaca.
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Enquanto as ações da Minerva cederam no pregão, os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) da JBS saltam 2,57% no pregão.