Por Gabriel Caldeira – O dólar recuou ante o euro hoje, em movimento puxado por comentários do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. A divisa americana também perdeu terreno para o iene, ajustando parte dos fortes ganhos recentes. Discussões sobre crescentes riscos de recessão da economia americana, diante do aperto monetário agressivo do Fed, também foram acompanhadas.
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O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis pares fortes, fechou em queda de 0,23%, aos 104,197 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro apreciava a US$ 1,0571, a libra cedia a US$ 1,2269 e o dólar recuava a 136,15 ienes.
Em testemunho ao Senado hoje, Powell afirmou que o ritmo futuro de altas de juros dependerá de dados econômicos e disse considerar a economia americana bem posicionada para atravessar o ciclo de aperto monetário. Ele não descartou, no entanto, a possibilidade que os EUA entrem em recessão.
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O dólar enfraqueceu “pois os investidores acreditam que Powell está errado sobre sua avaliação de que a economia está forte. O Fed não está nem de longe pronto para pausar o aperto, mas seu reconhecimento de que uma aterrissagem suave será muito difícil de alcançar sugere que eles podem mudar de tom” até meados do primeiro semestre de 2023, comenta o analista Edward Moya, da Oanda.
Contrariando o movimento de pares no mercado cambial, a libra enfraqueceu ante o dólar hoje. Na visão da Capital Economics, a perspectiva para a moeda britânica é negativa, já que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) não deve acompanhar o ritmo de aumento de juro do Fed. No cenário en desaceleração global e alta de juro, o apetite por risco nos mercados deve piorar, o que tende a prejudicar a libra, acrescenta.
A sessão de hoje foi marcada também por reunião do fórum empresarial dos Brics. Segundo o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o bloco estuda a criação de uma moeda de reserva internacional baseada em uma cesta com as divisas do grupo. Na visão do ING, a notícia pode ser apenas um “balão de ensaio” e não deve engatilhar “qualquer desempenho superior substancial – em relação aos fundamentos atuais – das moedas” dos países do bloco.
No período citado anteriormente, o dólar baixava a 63,910 rublos russos, apreciava a 6,703 iuans chineses, recuava a 15,911 rands sul-africanos e subia a 78,200 rupias indianas.
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