O dólar ficou misto contra rivais desenvolvidos hoje, mas recuou contra o euro após falas de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE), e depois de uma rodada de dados de inflação, consumo e renda quase em linha com expectativas nos Estados Unidos.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 148,09 ienes, o euro subia a US$ 1,0858 e a libra ficava estável a US$ 1,2704. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou recuo de 0,14%, a 103,433 pontos.
Nesta manhã, os gastos com consumo superaram a previsão de analistas, com alta de 0,7% em dezembro ante novembro, enquanto a renda pessoal subiu 0,3% na mesma comparação, como esperado. O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) teve alta mensal de 0,2% e anual de 2,6%, como esperado. Logo após o dado, o dólar, que recuava contra as principais moedas, recebeu impulso extra, mas fechou o dia com o DXY no negativo, pressionado pela força do euro.
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Segundo Fawad Razaqzada, do City Index, a rodada de dados deu “mais evidências de um consumidor forte”, sustentando a possibilidade de pouso suave. Porém, os indicadores não mudaram a perspectiva de curto prazo para cortes de juros pelo Federal Reserve, com a ferramenta do CME Group ainda indicando a probabilidade majoritária de primeiro corte somente em maio, apesar do cenário para março ainda estar bem dividido: a chance de manutenção é de 52,6%, contra 47,4% de possibilidade de corte.
Mais cedo, o euro titubeou e recuou pontualmente contra o dólar após a publicação de pesquisa do instituto GfK de confiança do consumidor na Alemanha, que caiu a -29,7 para fevereiro, ante previsão de -24,5. Porém, a moeda comum da zona do euro – que vem de uma semana de perdas – se recuperou com o passar do dia. Hoje, dirigentes do Banco Central Europeu ocuparam-se de conter a euforia do mercado europeu com a possibilidade de cortes precoces pelo BCE, depois que as falas de Christine Lagarde foram interpretadas ontem como dovish, sem que ela descartasse cortes precoces nos juros.
Hoje, o dirigente do BCE e presidente do BC da Croácia, Boris Vujcic, afirmou que não houve uma “guinada dovish” na postura dos dirigentes na última decisão monetária. Enquanto isso, o dirigente Martins Kazaks afirmou que mantém uma postura de “paciência”, à espera de mais dados e das projeções atualizadas de março antes de decidir sobre o momento ideal para um potencial corte nos juros. Além dos dois, o dirigente e presidente do BC da Estônia, Madis Müller reiterou que ainda considera “muito cedo” para falar sobre cortes de juros na zona do euro. Tudo isso, segundo o analista de Mercados do CMC Markets Michael Hewson deu suporte pontual ao euro e o tirou da mínima de seis semanas, mas este apoio tende a ser pontual.
Enquanto isso, Hewson avalia que a libra, que conseguiu se sustentar próxima da estabilidade contra o dólar hoje, deve ganhar vantagem nos próximos dias, porque a pressão sobre o Banco de Inglaterra (BoE) para cortar os juros não deverá ser tão intensa como tem sido – e provavelmente será no curto prazo – sobre o BCE.
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A Capital Economics escreve, por sua vez, que o diferencial de juros entre as principais economias do mundo deve continuar sendo o principal impulsionador do dólar ao longo de 2024. Porém, a consultoria destaca que as decisões de juros do Federal Reserve e do Banco da Inglaterra na próxima semana podem alterar essas dinâmicas no curto prazo.