(Gabriel Caldeira, Estadão Conteúdo) — O dólar não marcou direção única ante rivais nesta quinta-feira, mas avançava ante o euro no fim da tarde, após operadores digerirem a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de subir os juros em 75 pontos-base, além de comentários de tom hawkish do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.
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O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis dividas fortes, recuou 0,12%, a 109,707 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro caía a US$ 1,0000, a libra depreciava a US$ 1,1500 e o dólar subia a 143,99 ienes.
No maior aumento de juros de sua história, o BCE optou por uma alta de 75 pontos-base hoje, decisão mais agressiva dentre as duas aparentemente disponíveis para a reunião de hoje.
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Ao mesmo tempo, o BCE e sua presidente, Christine Lagarde, anteciparam que mais aperto monetário virá adiante. A entidade ainda revisou suas projeções para a economia da zona do euro, elevandoas de inflação e reduzindo as de crescimento.
Em linha com o movimento do mercado, a Capital Economics não vê a decisão do BCE como motivo para apoiar o euro. Isso porque a postura mais dura do BC comum pode não ser suficiente para compensar o aumento global dos juros, diz. A casa espera queda do euro a cerca de US$ 0,90 até meados de 2023.
Ao mesmo tempo em que a decisão do BCE não deu tanto fôlego ao euro, o dólar ganhou força com comentários hawkish de Powell, que enfatizou o foco do BC americano no combate à inflação e sua atenção às expectativas inflacionárias nos EUA.
Segundo o ING, “não há nada” nos comentários de Powell que sugiram uma moderação no ritmo de aperto monetária este mês. Desta forma, o caminho está livre para que o Fed eleve os juros básicos em 0,75 ponto porcentual pela terceira reunião seguida, avalia.
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Além de Powell, falou hoje o presidente da distrital de Chicago do Fed, Charles Evans, que não vota nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) este ano. Ele disse estar “aberto” a diferentes tamanhos de alta do juro este mês e não descartou outro aumento de 75 pontos-base.
Sem drivers locais importantes, a libra depreciou ante o dólar hoje devido á relativa força da moeda americana. A morte da rainha Elizabeth II não impactou de forma significativa a divisa local.