O dólar subiu nesta quinta-feira (1°), com a escalada do conflito no Oriente Médio gerando busca por ativos seguros e favorecendo a recuperação da moeda depois da pressão na sessão anterior, quando investidores reagiram a sinais do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de relaxamento monetário em setembro. Dados fracos da economia dos EUA foram outros fatores que nortearam o rumo da sessão. Uma das moedas mais pressionadas ante a divisa americana foi a libra, que derreteu depois do corte das taxas de juros do Reino Unido.
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No fim da tarde em Nova York, o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou valorização de 0,31%, a 104,421 pontos. A libra cedia a US$ 1,2746 e o euro, a US$ 1,0797. A moeda japonesa seguiu firme e o dólar recuava a 149,74 ienes.
A libra esterlina foi fortemente pressionada e tocou as mínimas intradiárias durante a tarde de quinta-feira, em uma continuidade da reação ao corte da taxa de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE). A moeda seguiu em queda mesmo após comentários do presidente do BC britânico, Andrew Bailey. Em entrevista à Sky News, Bailey disse que missão em relação à inflação não está concluída, reforçando abordagem cautelosa em retirar a rigidez da política monetária.
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Entre os dados econômicos que reviveram as apreensões sobre uma desaceleração da economia dos EUA, o número de pedidos de auxílio-desemprego subiu 14 mil na semana encerrada em 27 de julho, para 249 mil. O resultado ficou acima da expectativa e antecede a divulgação, amanhã, do payroll. O índice de gerentes de compras (PMI) da indústria americana medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM) caiu para 46,8 em julho e contrariou a expectativa de avanço. O PMI industrial dos EUA calculado pela S&P Global recuou de 51,6 em junho para 49,6 em julho, com a leitura abaixo de 50 apontando contração na manufatura americana pela primeira vez em sete meses. O resultado, porém, superou levemente estimativa.
No Oriente Médio, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, disse que o grupo está procurando uma “resposta real e estudada” ao assassinato do seu principal comandante por Israel, segundo a agência de notícias Reuters.
O iene seguiu firme ante o dólar. Analistas da Hedgepoint Global Markets, Felipe Schuckar e Victor Arduin, afirmaram, em comentário exclusivo para o Broadcast, que apesar dos juros no Japão estarem em níveis muito inferiores aos de outros países, é importante ressaltar que a dívida do país ultrapassa 250% do PIB. Como consequência, qualquer elevação nas taxas de juros pode aumentar os riscos estruturais de longo prazo, pontuaram. Entre os países do G10, o iene é a moeda com o pior desempenho em 2024.