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                A agência de classificação de riscos Moody’s avalia que a abundância de recursos naturais e a capacidade industrial em expansão dão sustentação às metas brasileiras de descarbonização de longo prazo.
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A classificadora observa que parques eólicos e solares avançam sobretudo no Nordeste, enquanto projetos híbridos e futuros hubs de hidrogênio verde se acumulam nos Estados do Ceará e do Piauí, ainda limitados por gargalos logísticos.
O hidrogênio de baixo carbono aparece como opção para o horizonte pós-2030, mas continua economicamente inviável sem forte apoio político, mesmo com projeção de queda do custo de produção de US$ 5,30 por quilo em 2020 para cerca de 2,70 por quilo em 2050.
Na bioenergia, investimentos crescem em regiões agrícolas como Mato Grosso, observa a classificadora. Empresas como FS Indústria de Biocombustíveis, André Maggi Participações e Inpasa elevaram a produção de etanol de milho — hoje responsável por mais de 20% do mercado, ante menos de 2% em 2020 — e o etanol de cana já produzido por Raízen (RAIZ4) e Adecoagro.
No combustível sustentável de aviação (SAF), a Refinaria de Mataripe e a Petrobras (PETR3; PETR4) planejam parceria para desenvolver SAF e óleo vegetal hidrogenado na Bahia. A Petrobras, que destina US$ 11 bilhões ao segmento de gás e energia de baixo carbono, aprovou plano de transição para manter sua relevância no abastecimento e atingir neutralidade de carbono em 2050.
A Moody’s destaca também a diversificação nos setores eólico e siderúrgico. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN – CSNA3) testa processos que substituem carvão por hidrogênio, e o Porto do Açu, no Rio de Janeiro, já reúne cinco acordos voltados à amônia e biocombustíveis. Na Amazônia, o governo avalia projetos sobre biomassa e de armazenamento para comunidades remotas, buscando reduzir a dependência de geradores a diesel.
O País reafirmou em novembro de 2024 o compromisso de zerar emissões líquidas até 2050 e manteve as metas de cortes de 37% até 2025 e 43% até 2030. O novo Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões, lançado em 2024, cobre cerca de um quarto das emissões nacionais e segue padrões da OCDE. Segundo a Moody’s, o Brasil exibe exposição moderada aos riscos da descarbonização, em linha com a mediana dos países de perfil semelhante.
Apesar dos avanços, a expansão renovável pressiona a rede de transmissão. Entre 2025 e 2029, o Operador Nacional do Sistema prevê crescimento anual de 3,4% na demanda, contra alta de 15,5% na oferta, puxada por usinas solares e geração distribuída. Para mitigar o descompasso, o País acelera a implantação de baterias e estuda o uso de armazenamento hidrelétrico bombeado, que pode aproveitar a infraestrutura já existente a um custo estimado 30% menor que o de projetos novos. A lei de 2025 para energia eólica offshore criou bases para concessões, e mais de 100 projetos que somam 247 GW já solicitaram licenças ambientais.
O financiamento da transição ainda evolui. A Moody’s lembra que o capital virá majoritariamente do setor privado, apoiado por títulos verdes e instrumentos de desenvolvimento. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) lançou o programa Eco Invest e testou o mercado em 2024. Futuros ligados à bioeconomia, segundo o banco de fomento. Mesmo assim, o custo elevado de capital, a volatilidade cambial e prêmios de risco político permanecem entraves, sobretudo para hidrogênio, SAF e armazenamento.
Processos de licenciamento fragmentados, disputas fundiárias e falta de estrutura digital dificultam a execução de projetos. Leis recentes — entre elas o Combustível do Futuro, o marco do hidrogênio de baixo carbono, o Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten) e consultas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre armazenamento — buscam reduzir essas barreiras.
A Moody’s conclui que, embora o Brasil conte com vantagens significativas na transição, gargalos de transmissão, custos de capital e desafios administrativos ainda precisam ser superados para que as metas de descarbonização se concretizem.
Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast.
 
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