A vitória da Motiva (MOTV3) no leilão da Fernão Dias (BR-381) marcou não só a chegada da companhia a Minas Gerais, como também a ampliação de sua presença em São Paulo. O resultado do certame, realizado ontem (11) na B3, fez com que as ações da empresa avançassem 2,19% às 15h30 (horário de Brasília) desta sexta-feira (12), em reação à expansão do portfólio e à leitura positiva do mercado sobre a estratégia da companhia.
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A Motiva desbancou Arteris, atual operadora da via, e o Grupo EPR no processo competitivo de otimização do contrato. A companhia venceu ao oferecer um desconto de 17,05% sobre a tarifa básica de pedágio, estimada em R$ 0,03879 por quilômetro.
Após o leilão, a empresa afirmou em comunicado que a operação da Fernão Dias reforça a integração com suas concessões já existentes em São Paulo e inaugura sua atuação em Minas Gerais. O presidente da Motiva Rodovias, Eduardo Camargo, disse que a conquista apresenta sinergias operacionais e representa mais um passo no plano de expansão rentável e integrada da companhia, priorizando regiões com demanda consolidada.
Com a assinatura do contrato prevista para 2026, os 569 quilômetros da Fernão Dias elevarão a extensão total administrada pela Motiva Rodovias dos atuais 4,475 mil quilômetros para cerca de 5,044 mil quilômetros. Dessa forma, a empresa passa a liderar também no critério de extensão de vias, além de já ser a maior do segmento em faturamento. Com a nova concessão, o grupo passa a somar 13 portfólios, distribuídos por São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul (ViaSul), Santa Catarina (ViaCosteira) e Rio de Janeiro (ViaLagos, ViaRio e RioSP).
A Fernão Dias é o segundo projeto conquistado pela Motiva em 2025. Em maio, a empresa venceu a otimização contratual da BR-163, no Mato Grosso do Sul, administrada pela Motiva Pantanal. No ano anterior, levou a Rota Sorocabana, em São Paulo, e a PR Vias, no Paraná.
A recepção do mercado também foi positiva. Para o CEO da Motiva, Miguel Setas, a vitória coroa a estratégia de otimização de portfólio adotada nos últimos anos. O Citi avaliou o resultado como um bom projeto incremental, com sinergias potenciais e perspectiva econômica favorável. Na avaliação da instituição, porém, a proposta pode limitar parte do potencial de crescimento da Motiva em relação aos retornos atuais.